Merece destaque o Programa SC Mais Inclusiva, lançado pelo governo do Estado, com expressivos investimentos voltados para instituições especializadas em educação especial. Representa, em essência, um olhar mais atento, acurado e humano, acerca da igualdade de oportunidades, garantia de direitos, inclusão e dignidade de pessoas com algum tipo de deficiência.
Para se ter uma ideia de dimensão dessa realidade, eis alguns dados impactantes: pesquisas da Organização Mundial da Saúde (OMS) e da própria Organização das Nações Unidas (ONU), apontam que cerca de 15% da população mundial (mais de 1 bilhão) possui algum tipo de deficiência (física, sensorial, intelectual ou psicossocial). Desse contingente, aproximadamente 80%, pertencem a países pobres e em desenvolvimento, e dentro desse contexto, 50% não conseguem bancar tratamentos.
Especificamente, na América Latina e Caribe, 85% de deficientes que poderiam trabalhar não possuem emprego. Supostamente, a dissimulada segregação social ainda reinante, sustentada historicamente por uma lógica seletiva que descarta o que não se encaixa a um determinado padrão, dificulta o avanço ideal na questão da inclusão.
No entanto, esse oportuno Programa SC Mais Inclusiva, que será operacionalizado pela Fundação Catarinense de Educação Especial (FCEE) em parceria com as instituições especializadas em educação especial, como Apae, AMA, e outras entidades, representará um concreto avanço, pois atenderá preceitos constitucionais, bem como, do próprio Plano Nacional de Educação (PNE).
Vale salientar, por fim, que desconstruir o modelo histórico segregacionista não é uma missão restrita ao Estado, mas a toda sociedade, como meio de evolução.