De feira a bienal, o livro segue sendo o protagonista do conhecimento

Por: Editorial

02/06/2023 - 06:06 - Atualizada em: 02/06/2023 - 08:47

 

Somos um imenso país de pouca leitura, que aos poucos busca reverter este status. Apesar da tímida melhora verificada nos últimos cinco anos, pesquisas apontam que ainda cerca de 45% dos brasileiros não leem e 30% nunca compraram um livro. Esses números provam que o livro ainda segue sendo ignorado e incompreendido.

O imortal José Mindlin, cuja compulsão quase patológica pelos livros a denominava de “loucura mansa”, sabiamente nos deixou um alerta providencial: “precisamos mostrar para a juventude que a leitura é uma fonte de prazer, e não uma obrigação. A maior parte da população vive com salário-mínimo, não tem condições de comprar livros.

Num país como o nosso, ter um livro não deveria ser condição de leitura. Deveríamos disponibilizar milhares de bibliotecas por todo país”. O Estado deveria incentivar e prover o irrestrito acesso ao livro, cabendo ao povo, por sua vez, o ávido desejo em absorvê-lo.

Ocorre que no Brasil, isso ainda é uma utopia, pois, povo instruído representa um tormento ao establishment. Entretanto, há ilhas de excelência com ventos soprando contra essa perversa lógica. Um dos exemplos está em Jaraguá do Sul, onde a tradicional Feira do Livro evoluiu para Bienal.

Entre os dias 19 e 29 de outubro ocorrerá a 1ª Bienal do Livro de Jaraguá, com diversificada programação cultural gratuita para todas as idades, presença de renomados autores brasileiros e estrangeiros, apresentações musicais, teatrais, contações de histórias, debates e estandes de venda de livros. Relevante e visionária iniciativa.