Um dos fatores que afetam negativamente o resultado dos negócios das empresas é o surgimento de “eventos indesejáveis”, ou seja, não mensurados ou não medidos pela organização. Este fato muitas vezes é resultado da falta de um gerenciamento de riscos.
O ato da empresa em pensar nos riscos envolvidos no negócio tem sido uma ferramenta importante na condução do planejamento estratégico empresarial e cada vez mais necessária para a sobrevivência da empresa no atual cenário econômico mundial.
Tem-se buscado mecanismos para a prevenção de ameaças ao negócio e adoção de estratégias alternativas, para que a empresa e seu dirigentes possam lidar eficientemente com os riscos e as incertezas do mundo dos negócios.
O risco, no conceito atual, consiste em quantificar e qualificar as incertezas em relação às perdas e aos ganhos que a organização pode ter em detrimento a determinada atuação/envolvimento do seu negócio. Todo empreendimento envolve riscos, mas estes podem ser mensurados e até reduzidos com estudos prévios e adoção de medidas preventivas.
Os riscos financeiros, estratégicos, operacionais, tecnológicos (como falhas no sistema, equipamentos, fraudes), inerentes a todos os negócios, podem ser capazes de prejudicar a continuidade das atividades regulares da empresa, e causar grandes danos na operação dos negócios.
Mas como implementar o gerenciamento dos riscos? Além da implementação da cultura de gerenciamento de riscos dentro da empresa, é possível estruturar grupos ou comitês de pessoas aptas a identificar, analisar, discutir e calcular os impactos dos riscos na organização.
Empresas com estrutura de governança corporativa, focadas na estratégica do negócio, facilitam a criação e funcionamento destes comitês de gestão de riscos, eis que se tornam fortes aliados na condução dos negócios.
Após definidos os objetivos estratégicos, estes resultam em planos e metas de ações, cabendo ao comitê de gestão de riscos buscar e quantificar as incertezas envolvidas neste planejamento, bem como identificar oportunidades para o negócio.
O Instituto Brasileiro de Governança Corporativa (IBGC), através da publicação do “Guia de Orientação para Gerenciamento de Riscos Corporativos”, indica que não há uma única forma de implementar o modelo de gerenciamento de riscos mas que “o importante é introduzir na organização a prática de tratar crítica, qualitativa e quantitativamente os riscos, identificando-os, avaliando-os, tratando-os e calculando seus impactos de uma forma integrada”. É um processo que deve ser continuamente aprimorado e integrado ao planejamento estratégico da empresa.
Artigo elaborado pela Dra. Fernanda Fachini, advogada com especialização Master of Business Administration em Direito Tributário pela FGV – Fundação Getúlio Vargas e pós-graduação em Direito Previdenciário pelo Instituto Nacional de Ensino Superior e Pesquisa – INESP. Atua na área de Direito Tributário, Direito Societário, Direito Empresarial e Reorganização e Planejamento Societário, Sucessório e Proteção Patrimonial no escritório Mattos, Mayer, Dalcanale & Advogados Associados.