“Em tempos de incertezas, o papel da Governança e dos Comitês de Riscos”

Dra. Fernanda Fachini

Por: Informações jurídicas

08/05/2020 - 07:05 - Atualizada em: 08/05/2020 - 07:45

A sociedade em geral, tal como as empresas, geralmente não está preparada para o surgimento de fatores externos que podem modificar totalmente sua rotina e seu negócio. O surgimento de fatos indesejáveis e imprevisíveis, como o COVID-19, por exemplo, deixou muitas pessoas e empresas sem rumo, sem saber o que fazer neste momento de pandemia.

Muitas empresas já estão sentindo os seus efeitos, outras ainda irão sofrer em razão dos reflexos do seu setor produtivo. Estar preparada para enfrentar a crise é essencial para a sobrevivência da empresa. E mais, nunca é tarde para começar.

A incerteza faz parte dos negócios e certamente ter uma estrutura de governança permite que as empresas passem pela crise de forma mais eficiente. Até um tempo atrás apenas grandes corporações tinham a Governança instaurada em sua estrutura.

Porém, o tema ganhou força e a cada dia mais e mais empresas, sejam elas de pequeno ou médio porte, especialmente as empresas familiares, têm sentido a necessidade de se implantar as boas práticas da governança, estruturando aos poucos medidas e ações que ao final farão a diferença.

No cenário atual, se a empresa ainda não possui qualquer cultura de governança, chegou a hora. Criar canais transparentes de comunicação entre os gestores, CEO e sócios pode ser um caminho inicial a ser traçado: deixar claro o que a empresa espera de cada um, quais os riscos do negócio e as medidas a serem implementadas.

É inegável a necessidade de as empresas reavaliarem os riscos do negócio e definirem as medidas a serem adotadas em face da nova realidade causada pela pandemia. E para que os tomadores de decisões sejam mais assertivos nesta tarefa, a formação de Comitês de Riscos dentro das empresas se mostra um caminho necessário.

Os comitês podem ser formados por pessoas internas das empresas e contar com profissionais externos de confiança, que irão agregar ideias na tomada de decisões. Agregam valor à empresa, pois ela está preparada e consegue mensurar os riscos, contribuindo para o crescimento sustentável da empresa. O Comitê analisará os impactos do setor, sejam estratégicos, operacionais ou cibernéticos, dando substrato para a tomada de decisão.

Neste momento, as empresas precisam olhar para frente, enxergar o que podem fazer diferente para vencer a crise – os Comitês de Riscos pautam os impactos sofridos pela empresa e apontam possibilidades de enfrentamento, com alternativas viáveis e reais. E a empresa, ao tomar a decisão pautada nestes levantamentos, certamente tomará decisões mais assertivas e ciente dos seus impactos.

Artigo elaborado pela Dra. Fernanda Fachini, advogada com especialização Master of Business Administration em Direito Tributário pela FGV – Fundação Getúlio Vargas e pós-graduação em Direito Previdenciário pelo Instituto Nacional de Ensino Superior e Pesquisa – INESP. Atua na área de Direito Tributário, Direito Societário, Direito Empresarial e Reorganização e Planejamento Societário, Sucessório e Proteção Patrimonial no escritório Mattos, Mayer, Dalcanale & Advogados Associados.