“♫ Pega na mentira, pega na mentira/ Corta o rabo dela, pisa em cima, bate nela” (Pega na mentira, Erasmo Carlos).
Boatos e desinformação não são coisas do século XXI e nem da internet. Já existem há muito tempo. Estão aí desde as primeiras intrigas e vaidades da humanidade. Agora, por conta da globalização e anglicização da língua portuguesa, a expressão fake news se tornou corriqueira no cotidiano tupiniquim, mas com o mesmo significado de sempre: boato, mentira, desinformação, descontextualização.
A expressão fake news, em especial ganhou força com o presidente dos EUA, Donald Trump, reconhecido mundialmente por sua patologia por mentiras. Estudos e estatísticas de lá apontam que desde o início de sua gestão – como se tivesse esquecido que a campanha tinha terminado – ele fez, em média, 6, 16 e 22 declarações falsas ou enganosas POR DIA, respectivamente nos anos de 2017, 2018 e 2019.
Pergunto-me como deve ser conviver com um cidadão com esse grau de alucinação. Como é ser esposa, filha ou assessor de uma pessoa assim…
Aproveitadores em tempos de desgraça.
Independentemente de se concordar ou não com as decisões tomadas pelos nossos governantes nas esferas federal, estadual e municipal – e há argumentos fortes para todos os lados, desde o isolamento social pesado até a liberação por conta do caos socioeconômico que se avizinha – o fato é que se está passando por uma fase histórica mundial que há muito não se via.
Ocorre que, se por um lado há heróis sem capa, por outro existem os aproveitadores de plantão.
Segundo levantamento de uma empresa de segurança cibernética, neste período de coronavírus mais de 2 milhões foram alvos de golpes ou tentativas de golpes com o uso de vírus computacionais que tinham como mote ou meio de atração informações falsas sobre a epidemia.
O medo e a boa-fé como instrumentos.
Os cibercriminosos aproveitam-se do medo e da boa-fé das pessoas para disseminar fake news e, muitas vezes, vírus informáticos. Isto é, quando aquela nossa tia replica um arquivo com a notícia da cura do Covid-19 ou da fórmula para evitar o contágio com gargarejo com vinagre e limão, não está apenas desinformando, criando falsas esperanças e aumentando o caos.
Pode estar, também, sem saber, óbvio, transmitindo vírus nos celulares de toda a família. E esses vírus poderão acessar as contas bancárias, as contas de emails e até os arquivos de fotos ou as próprias câmeras dos aparelhos.
Por isso, é imprescindível que haja uma desconfiança consciente das notícias e informações que se recebe por WhatsApp e e-mail. Não é porque a suposta fonte é confiável ou porque veio do tio doutor que é, por si só, válida. Na maioria das vezes, os bandidos utilizam-se do nome de órgãos sérios justamente para aumentar o convencimento das vítimas.
E.T.: a coluna de hoje dedico a todos os profissionais que não param para que a nossa vida siga minimamente normal, em especial os da área da saúde, mas também os garis, dos caixas de supermercado, os servidores públicos, e tantos outros. Muito obrigado de verdade!!
#fiqueemcasa