“Qual é a sua idade, a cronológica ou a biológica?”

Por: Andreia Chiavini

25/08/2018 - 16:08

Apesar das pessoas festejarem seus aniversários, elas não querem envelhecer. Não aceitam a velhice como uma fase normal da vida. Experimentar a velhice ainda é um privilégio de poucos, e mesmo assim, existe o medo de envelhecer. Envelhecer não é uma escolha, mas envelhecer saudável sim.

O processo de envelhecimento tem ocorrido na presença de várias doenças, tornando esta fase um pesadelo. Mas como podemos entender a existência de várias pessoas acima dos 70 anos extremamente saudáveis? A explicação é a diferença entre a idade cronológica e a idade biológica. A idade cronológica é a idade registrada nos documentos e refere-se ao número de anos contados a partir do nascimento.

A idade biológica refere-se à qualidade da saúde, a quantos anos parece que a pessoa tem. É exatamente a idade biológica que determina a qualidade de vida do indivíduo. Se ele é dependente ou independente, se é capaz de se cuidar e decidir sobre sua vida. Como você envelheceu é uma resposta às rotinas adotadas e como foi direcionada.

Mas como chegar na velhice com uma idade biológica melhor que a idade cronológica? Simples, através das escolhas que fazemos hoje, cada decisão tomada agora desenha a sua história e abre diferentes possibilidades em relação ao futuro. Desde a mais remota atitude, você vai encaminhando sua saúde e como consequência sua qualidade de vida.

O estágio seguinte está intimamente ligado ao que aconteceu no estágio anterior e somos capazes de contribuir para nossa saúde cerebral futura, desmistificando crenças como “Não lembro mais das coisas, estou ficando velho”.

Então para envelhecer com uma idade biológica melhor que a cronológica, é preciso falar de qualidade de vida e olhar para o presente. Ir além do esperado e buscar um novo caminho, associando diversas atitudes.

Uma alimentação adequada, rica em nutrientes e vitaminas, boas noites de sono que desempenham um papel essencial nos processos reparadores do nosso organismo e na consolidação da memória podem ser o primeiro passo. Intervenções mente e corpo, como atividades que consigam administrar bem o estresse e proporcionar uma função mental saudável, alimentando seu cérebro, também é uma ótima opção.

O velho conhecido exercício físico, que muitas vezes é deixado de lado ou iniciado somente quando é obrigado pelo médico. Dizia Joseph Pilates, “Se aos 30 anos você está sem flexibilidade e fora de forma, você é um velho. Se aos 60 anos você é flexível e forte, você é um jovem”. É a definição perfeita da diferença entre idade biológica e cronológica. Todo ser humano está inevitavelmente envolvido em dois mundos, o que está lá fora e o que traz dentro de si.

Todo pensamento, ação e criação precisa de uma ponte entre esses dois mundos, e as condições de saúde podem fragilizar essa interação. Queremos viver muitos anos e com ideias vivas. Cabe a nós o desafio de alimentarmos de diferentes maneiras o nosso cérebro e o nosso corpo para os manterem motivados.

Observe o que lhe faz bem, adote uma postura investigativa e se mantenha ativo e aberto a novas fases e a novos aprendizados, buscando a saúde do organismo como um todo. Não existe uma pílula mágica, mas você pode ser o seu medicamento diário, através das suas escolhas, da sua alimentação, do exercício, da leitura, do lazer, da palavra cruzada.

Tenha em mente que o envelhecimento natural não é determinante de doenças. Para alcançar a velhice, basta estar vivo e para vivencia-la com dignidade é preciso planeja-la durante todas as fases anteriores da vida, é preciso investir. O melhor tratamento é a prevenção e a atividade física deve acompanhar qualquer decisão tomada.