“Corpo fala”

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Por: Andreia Chiavini

02/07/2020 - 09:07 - Atualizada em: 03/07/2020 - 16:07

Nós somos seres únicos e todos os nossos movimentos expressam o espaço que ocupamos nesse mundo. Sejam movimentos físicos ou mentais. O nosso corpo é um santuário sagrado que deveríamos respeitár com todo nosso amor, pois nele carregamos a nossa alma e nos conduz para viver a vida. É a janela através da qual você enxerga o mundo.

Se eu pudesse falar para o corpo alguma coisa, eu diria, “querido corpo, estamos juntos nessa. Estou disposta a fazer de tudo para manter nossa saúde física e emocional em equilíbrio, vou te respeitar e cuidar ao máximo de você, juntos temos o poder de nos imunizarmos, nos regenerarmos e nos rejuvenescermos. Afinal, você se expressa tanto e eu pouco presto a devida atenção”.

O corpo fala, muito mais do que você pensa e percebe. A linguagem do corpo é uma forma não verbal de comunicação. Ele conta todas as histórias vividas, seja em expressões corporais, seja em tensões, em manifestações de dor, alterações posturais, limitações, rigidez, gestos e atos corporais e até a sua forma de ser. Expressam sentimentos, concepções ou posicionamentos internos.

O corpo visualiza o que a mente acredita e o coração sente, e se adapta de forma harmoniosa com essa realidade. Isso dá origem a uma maneira de conduzir-se, como o orgulho pode inflar o peito ou o medo pode contrair os ombros.

O corpo não mente, enquanto as palavras frequentemente o fazem. É impossível disfarçar, só disfarça para si mesmo, porque você não se vê. Porque não vê o que está mostrando.

Mas o corpo fala, e como fala. Fala a ponta dos dedos batendo na mesa, falam as pernas balançando na cadeira, falam os pés inquietos na cama. Fala o dente acirrado, rangendo estridente, fala o pescoço doendo. Falam os olhos caindo tristonhos. Fala dor de cabeça, dor na alma. Fala gastrite, psoríase, fala ansiedade, fala memória perdida.

Fala o corpo curvado, ombros tensionados, fala o nó na garganta atravessado. Fala raiva carregada, fala o fígado, mágoa pesada, fala sensação ardente pelas costas. Fala angústia, fala ruga. Fala insônia, fala sono demasiado.

E aí, cedo ou tarde, todas as dores do mundo hão de querer se mostrar, regurgitar o mal resolvido, e nos contorcer novamente. E tudo dói. O corpo sofre. Você finge que não ouviu, que seu corpo não falou com você. Não deixe seu corpo engolir tudo o que você sente, esconde e evita, uma hora o seu corpo vai se afogar.

Dor não é para sentir para sempre. Dor é vírgula. Uma pausa para respirar, para observar e para recomeçar e agir. Então escuta teu corpo, ouça o que ele te fala, o que ele te pede, o que ele necessita. Nem todos se habilitam para esse difícil exercício.

É preciso um pouco de coragem para deixar ele falar. Se você ouvir melhor suas necessidades internas, entenderá melhor o que ele está te dizendo. Dor tapada cala a necessidade. Coloca a dor na janela e deixa o vento levar. Faz uma vida, faz um poema, faz um exercício, faz uma corrida no parque.

Converse com Deus, deixe seu corpo se movimentar, sua alma falar. Escute o que seu corpo fala. Seja amigo dele e aprenda a ouvi-lo e a confiar nele. Ele é o porta-voz das suas necessidades, ele está a fazer o seu melhor e necessita de respeito e amor.

Estamos habituados a tomá-lo como garantido e a força-lo a fazer o que nos apetece. Estreite a relação com o seu corpo, o traga como seu aliado. Não busque perfeição, total controle. O nosso corpo é sábio, simples, adaptável, pode ser entendido, descodificado, expressado e traduzido, ele é incrível.

Movimente-se, saia da inércia e proporcione qualidade a ele. Entenda que somos seres em construção, seres únicos e capazes de reformar o que já está construído. Como retorno, tranquilizaremos a dor e seremos mais saudáveis e mais felizes.

Andréia Chiavini Pilates e TRX

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