Dentre as premissas para considerar completo e competente um profissional, está a valoração social do indivíduo.
Em outras palavras, as conquistas vindas com seu esforço e trabalho são tão importantes quanto o apoio e o engajamento que o profissional dispõe junto à comunidade em que está inserido e à sociedade como um todo.
Além dos dois setores mais conhecidos da economia (Público e Mercado), se faz muito presente o Terceiro Setor, nome dado à organização dos serviços voltados à sociedade, realizada por entidades não governamentais e sem fins lucrativos, que tem no voluntariado sua maior força.
A crise instalada pela Pandemia do Coronavírus trouxe dificuldades para todos, mas fez sofrer mais quem depende da boa vontade e disposição dos outros, como foi com grande parte deste Terceiro Setor.
Não há muitas informações oficiais sobre impacto, mas um levantamento feito pelo CAF America – Charities Aid Foundation America, apresentou um dado preocupante, onde 97,03% das entidades no mundo foram afetadas negativamente.
Com a retomada das atividades e a recuperação econômica em andamento, primordial que também este setor deva ser considerado.
Seguindo a importante premissa de sermos socialmente engajados, tive a oportunidade de participar como mentor no 1º Workshop LabIC Novale, um projeto de Inovação Social, realizado pelo Novale Hub, nosso Centro de Inovação em Jaraguá do Sul.
Ver ideias florescerem, a partir da iniciativa de pessoas da comunidade, com o apoio de tantos nomes incríveis que também ali participaram, é a demonstração da maturidade alcançada pela sociedade de nossa região. Pensamento conjunto para melhoria e fortalecimento, para desenvolvimento humano e sustentável, de habilidades sociais e conexões profissionais e pessoais.
A organização social e o voluntariado fazem parte da história e da cultura de nossa região, algo que internacionalmente é uma realidade presente, bem-vinda e, por vezes, exigida.
Os critérios internacionais de avaliação do Brasil apuram dados sociais, inclusive o investimento e as ações praticadas por empresas e empresários,
sendo essencial uma adequada visão de ESG – Environmental, Social and Governance (em tradução livre: ambiental, social e governança) e adoção de práticas como os ODS – Objetivos de Desenvolvimento Sustentável, definidos pela ONU, pois impactam diretamente na concessão de crédito, nos aportes financeiros e nas aberturas comerciais para importação/exportação, tanto na esfera nacional quanto internacional, para ficarmos apenas em algumas espécies.
Então, ao chegarmos em mais um fim de ano, vale a lembrança que qualquer um, seja pessoa física ou jurídica, pode estabelecer práticas de engajamento social e auxiliar as entidades que atuam com esse viés.
Diversos exemplos podem ser citados, do âmbito cultural (SCAR), saúde/social (Hospitais São José e Jaraguá, APAE), educacional (Creche Constância Piazera), bem estar (Jaraguá Mais Saudável), atendimento (Bombeiros Voluntários) dentre tantos outros.
É uma honra servir à uma causa e ver o bem social se multiplicando somando-se ao espírito das comemorações de fim de ano uma felicidade incalculável. Que sejamos agraciados por estes sentimentos, colaborando para que todos possamos prosperar!
Artigo elaborado pelo advogado sócio Frederico Carlos Barni Hulbert, graduado em Direito pela Fundação Universidade Regional de Blumenau – FURB, com pós-graduação em Direito Civil pela Fundação Universidade Regional de Blumenau – FURB. Atua na área de Direito Ambiental, Civil, Empresarial e Terceiro Setor, da MMD Advogados.