O coronavírus é tema onipresente em todas as rodas de conversas (agora, preponderantemente virtuais), seja qual for a faixa etária ou classe social. Todos os canais de televisão, sites e meios de comunicação são uníssonos: Covid-19.
Apesar do momento ser de angústias e incertezas e mesmo diante da enxurrada de notícias tristes, agora, também é hora de fazermos um balanço, olharmos a nossa volta e pontuarmos o que podemos tirar de lição e de positivo deste momento singular de tensão.
Novos valores, novos modelos de trabalho, novos hábitos…
O Covid-19 trouxe na bagagem uma mensagem: é hora de se reinventar. Grandes empresários, microempresas, autônomos ou aposentados, todos tivemos que começar a pensar fora da caixa. Nossa aliada: a tecnologia.
E foi de mãos dadas com a tecnologia que foi possível “startar” um modelo de trabalho até então tímido na nossa região: o home office. O que até então era uma incógnita e um pouco temerário trouxe surpresas positivas, como o aumento de produtividade e a possível aceleração para que esta tendência se torne uma realidade.
Um exemplo de sucesso do home office no âmbito público foi o aumento da produtividade no Tribunal de Justiça de Santa Catarina que produziu 30% a mais do que o habitual. O mesmo exemplo foi observado no INSS, que aumentou em 108% a produtividade dos servidores que estavam sob essa modalidade de trabalho.
Além do diferente modelo de trabalho, a tecnologia em tempos de Covid-19 possibilitou a realização de atendimentos médicos de forma online; audiências judiciais através de sistemas audiovisuais; reuniões por videoconferência; o licenciamento veicular em Santa Catarina passou a ser realizado de forma integralmente virtual, desde a sua solicitação até a emissão do documento; além de outras novidades, que apesar de já serem uma expectativa, tornaram-se realidade.
Mas, o destaque, vai para a solidariedade. Há muito não se via um povo tão unido: pessoas com um olhar mais afetuoso para o comércio local; apoio a famílias carentes; auxílio a vizinhos idosos, e, no âmbito empresarial, um sentimento genuíno de empatia consubstanciado nas renegociações de pagamentos e contratos, dilação de prazos, parcelamentos e demais atos dignos de aplausos.
Quem, algum dia, acreditaria que empresas gigantes do ramo automobilístico estariam treinando sua equipe para a produção de respiradores?
Cantores realizando shows de dentro de suas casas, promovendo a arrecadação de alimentos e valores exponenciais para auxiliar famílias de baixa renda.
Grandes marcas apoiando microempresários, fornecendo uma espécie de “voucher” aos consumidores e consequente “doação” ao estabelecimento no mesmo valor ao da compra efetuada pelo consumidor.
Certo é que, a despeito das dificuldades, o Covid-19 nos trouxe a oportunidade de reflexão em todos os aspectos da vida e apesar de ainda termos um longo caminho a percorrer, a visão de curto prazo nunca foi tão importante: solidariedade e empatia certamente são o segredo para superar este momento.
E, como diria Albert Einstein: “É na crise que nascem as invenções, os descobrimentos e as grandes estratégias. […] É na crise que se aflora o melhor de cada um…”
Artigo escrito por: Tharine Hobell, advogada atuante na área cível, integrante do escritório Mattos, Mayer e Dalcanale Advogados Associados.