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5 fatos que destacam Jaraguá do Sul na preservação do meio ambiente

Por: Natália Trentini

05/06/2019 - 05:06 - Atualizada em: 05/06/2019 - 16:02

Onde hoje é cidade, certa vez foi mata. E no caso de Jaraguá do Sul, cerca de 3 mil pessoas passam a integrar o cenário urbano anualmente, segundo estimativas do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia Estatística).

O impacto populacional acontece, é inegável, mas algumas políticas ajudam o crescimento acontecer de forma mais sustentável: manter a qualidade da água, ter árvores para filtrar o ar e fornecer sombra e proteger áreas de mata nativa.

Essas atitudes são tomadas em Jaraguá do Sul, que lidera em algumas frentes: a cidade tem um dos maiores índices de tratamento de esgoto do estado e do país e o incentivo à reciclagem tem evitado que toneladas de materiais parem no aterro.

Outras medidas foram criadas para atender o Plano Municipal de Conservação e Recuperação da Mata Atlântica de Jaraguá do Sul, criado em 2016.

Segundo dados da SOS Mata Atlântica, o município de Jaraguá do Sul apresentava no ano de 2015 cerca de 23.313.00 hectares de cobertura florestal, o que representa 44% – um índice alto, mas que depende de manutenção para ser mantido.

1. Recuperação da mata às margens do rio Itapocu

Mais de 21 mil mudas de árvores deverão ser plantadas no entorno do rio Itapocu para garantir a qualidade da água disponibilizada para a população e manter o rio saudável.

Até o final do programa, uma iniciativa do Samae (Serviço Autônomo Municipal de Água e Esgoto), devem ser recuperados mais de 1 milhão de metros quadrados, plantadas mais de 40 mil espécies em 364 terrenos nas margens do rio.

Mais de 21 mil mudas de árvores deverão ser plantadas | Foto Eduardo Montecino/OCP News

Estudo, feito em 2016, apontou que 34% das margens do rio Itapocu eram compostas por área urbana e outros 32% por pastagem. Apenas cerca de 18% contava com vegetação natural, fundamental para garantir a vida de um rio.

Mas qual a necessidade dessas árvores? A mata ciliar é a vegetação que acompanha o curso d’água e seu nome refere-se ao fato dela funcionar como um cílio, que protege os olhos contra a poeira, mas nesse caso defende os rios contra o assoreamento – o que na região também é causa de enchentes.

Essa mata também funciona como uma espécie de filtro e impede a contaminação por produtos poluentes e possibilita a absorção de nutrientes, que melhoram a qualidade da água.

2. Incentivo à reciclagem com o saco verde

Apenas no mês de abril de 2019, mais de 566 toneladas de resíduos foram encaminhadas pela coleta seletiva, o que representa um índice de reciclagem de 23%.

Ao longo de 2018, mais de 4.640 toneladas de resíduos deixaram de ser enviadas para o aterro sanitário por conta do incentivo a reciclagem.

Mais de 4.640 toneladas de resíduos deixaram de ser enviadas para o aterro em 2018 | Foto Eduardo Montecino/OCP News

Essa conduta ganhou corpo com a implantação dos sacos verdes, que são distribuídos para a população como um lembrete da importância dessa atitude diária.

A distribuição voltou a ser realizada em maio de 2018. Antes disso, apenas 8% do lixo estava sendo reciclado.

Todos os materiais coletados pela coleta seletiva são destinados às 10 cooperativas de reciclagem credenciadas com o Samae (Serviço Autônomo de Água e Esgoto).

3. Criação do Parque Morro dos Stinghen

Essa foi a primeira unidade de conservação municipal criada no Vale do Itapocu. São 41 hectares localizados no Morro do Stinghen, na Barra do Rio Cerro.

Um estudo preliminar apontou a existência mais de 110 espécies de aves na região, incluindo animais ameaçados de extinção.

Parque Municipal estimula conservação e trabalha educação ambiental | Foto Divulgação/Fujama

O trabalho para a criação dessa área, que hoje recebe moradores para trilhas na Mata Atlântica, foi finalizado em 2015. Um dos diferenciais do local é ser usado para educação ambiental.

4. Elaboração do programa de arborização urbana

As recentes retiradas de árvores na região central de Jaraguá do Sul partiram o coração de muitas pessoas.

Mas há boa perspectiva com o anúncio do plantio de 7 mil mudas para arborização urbana – o que se espera é que as árvores sejam mantidas.

Segundo o secretário de Obras, Onésimo Sell, o principal problema na arborização da cidade foi o plantio de espécies inadequadas, que traziam problemas para calçadas, ruas e tubulação, além do grande porte, afetando a fiação.

Ipês com flores amarelas já foram plantados na Procópio | Foto Eduardo Montecino/OCP News

Árvores pequenas como extremosa, floridas e coloridas, serão plantadas na área central, ipês têm maior porte e ficam em áreas com pouca fiação. Manacás e pata-de-vaca são outras espécies com raízes vem verticais que foram escolhidas.

Ainda não há consenso, mas um código para orientar o plantio está em discussão na Câmara de Vereadores.

5. Saneamento básico quase em 90%

Uma pesquisa divulgada em 2018 pelo instituto Trata Brasil revela que Joinville, maior cidade de Santa Catarina, possui apenas 30% do esgoto tratado. Florianópolis trata 60,5% e Blumenau pouco mais de 38%.

Jaraguá do Sul está muito acima desses índices e deve chegar a 90% de tratamento de esgoto após as obras nos bairros Jaraguá 99 e Jaraguá 84.

Além do impacto para conservação do meio ambiente, especialmente dos rios que recebem esgoto não tratado em toda região, e da saúde pública, saneamento economiza recursos. Se gasta menos tratando água ou remediando a população doente.

Com novas obras, índice de tratamento de esgoto deve chegar aos 90% | Foto Eduardo Montecino

Atualmente quatro bairros ainda não recebem saneamento básico em suas residências. Entretanto, a expectativa é que até os próximos dois anos as localidades do Três Rios do Sul, Três Rios do Norte, São Luís e Santa Luzia.

Nas zonas rurais, serão instaladas nas residência sistema individuais e o Samae será responsável pela coleta e tratamento.

 

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Natália Trentini

Jornalista em busca de histórias e fatos de impacto positivo para a comunidade.