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Profissões antigas voltam a ganhar espaço no mercado de trabalho

Por: Gustavo Luzzani

01/05/2019 - 05:05 - Atualizada em: 01/05/2019 - 10:31

É comum ver um jaraguaense indo à barbearia para cortar o cabelo e cuidar da barba. Enquanto isso, sua mulher passa pelo centro da cidade e encontra um belo artesanato para comprar e após um dia desgastante os dois tomam uma cerveja produzida em Jaraguá do Sul.

Nuances dessa rotina estavam fadadas a desaparecer por conta da automatização de alguns produtos e serviços, mas algumas profissões como barbeiro, artesão e cervejeiro se reinventaram nos últimos anos e ganharam espaço dentro de uma nova realidade do mercado.

Cuidado dos homens faz barbearias ressurgirem

O cuidado do homem moderno com a aparência acabou desenvolvendo um serviço que estava quase em extinção há alguns anos: o das barbearias. Mas os barbeiros não voltaram a entrar no dia a dia apenas fazendo barbas.

Ao contrário do que se via no passado, os salões de hoje oferecem cortes, tratamentos estéticos e até entretenimento.

Ambiente com pisos de madeira, aspecto vintage, mesa de sinuca e música ambiente reforçam essa mudança. Luan Borges Gonçalves, 24 anos, trabalha como barbeiro desde 2015, há sete meses na Coronel Procópio Barbearia.

Luan acredita que barbearias ressurgiram com a vaidade dos homens. Foto: Eduardo Montecino/OCP News

“Tudo começou do nada, eu tive interesse e comecei a fazer cursos para ir melhorando e aprimorando cada vez mais”, diz.

Para ele, o cuidado dos homens tem sido essencial para o sucesso das barbearias. Luan conta que os clientes também tem mudado e atualmente ele atende desde adolescentes até pessoas com mais de 60 anos.

O barbeiro também destaca a grande concorrência no ramo. “Parece que todo dia abre uma barbearia”, diz. Segundo ele, é preciso seguir estudando para estar por dentro das tendências do momento.

Um novo jeito de fazer cerveja

A região de Jaraguá do Sul é rica em cervejas artesanais e no início dessa década ela fez um advogado trocar de ramo. Fábio Stein, 37 anos, teve o primeiro contato com a cerveja artesanal em 2012, quando abriu o horizonte e descobriu que existiam outros sabores além das marcas tradicionais.

 

 

A paixão pelo ramo foi tão profunda que Fábio rapidamente buscou se especializar, fazendo cursos de produção caseira, curso técnico de cervejeiro e participando de workshops sobre o tema. Em 2014, ele se tornou o cervejeiro da Maestro.

“Costumo participar de eventos que tem a participação em massa de cervejeiros internacionais. A gente aprende muito sobre lúpulos, fermento e o próprio malte. E buscamos adaptar ao Brasil”, destaca.

Fábio acredita no crescimento das cervejas artesanais nos próximos anos. Foto: Eduardo Montecino/OCP News

Stein acredita que o passo essencial para os cervejeiros fazerem sucesso na região é conseguir tirar as pessoas da escuridão e mostrar a existência de outros sabores.

“Uma mente que se expande nunca mais volta ao tamanho original”, destaca.

Fábio acredita que o ramo cervejeiro está em uma ascensão constante. Ele avalia que, nos próximos cinco anos, somente os melhores vão seguir no ramo, pois o próprio público vai começar a selecionar.

Encontrando a felicidade no artesanato

Os desdobramentos do dia 4 de janeiro de 2017 mudaram completamente a vida de Darli Balsanelli, 44 anos, conhecida como Daia.

Algumas horas depois de seu marido sair de casa, ela recebeu uma ligação impactante: “Meu marido teve um mal súbito e faleceu”, conta.

Os meses que sucederam foram de muito sofrimento. Vendo infelicidade da mãe, Priscila Balsanelli, 25 anos, incentivou ela a usar suas habilidades manuais. E foi assim que Daia encontrou no artesanato uma forma de ser feliz de novo.

“Meio que brincando com as fitas eu fui assistindo vídeos e me interessando cada vez mais por artesanato. Hoje eu sou uma pessoa apaixonada por laços e tiaras”, expõe.

Ela faz cerca de 20 laços por semana e criou uma página no Instagram para ajudar na exposição deles. Porém, seus produtos são vendidos mais devido a divulgação que suas clientes fazem e com isso outras pessoas ligam para a artesã e fazem encomendas.

Um dos laços produzidos pela artesã | Foto Divulgação

Daia enfatiza que o diferencial dos produtos feitos por artesãs é o amor e carinho  em cada peça, além de poder produzir um produto personalizado para cada pedido.

“Eu amo o artesanato de paixão. Cada peça que eu faço é como se fosse para alguém da minha família, com amor e carinho só pode dar um resultado bom”, destaca.

 

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Gustavo Luzzani

Estudante de Jornalismo apaixonado por esportes, cultura e séries