Neste mês de outubro, a regional catarinense da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica fará cirurgias de reconstrução mamária gratuitas em sete cidades do estado – Florianópolis, Blumenau, Criciúma, Joinville, Jaraguá do Sul, Chapecó e Lages.
O mutirão será realizado por 130 voluntários, entre médicos e outros profissionais da saúde, em hospitais públicos e privados. A ação beneficiará aproximadamente 70 mulheres que retiraram a mama inteira ou parcialmente em decorrência do câncer.
Responsável pelo serviço de Reconstrução de Mama no setor de Oncologia do Hospital e Maternidade São José, a cirurgiã plástica Ana Paula Passini explica que em Jaraguá do Sul os procedimentos do mutirão serão feitos por ela e pelo cirurgião plástico Rodrigo Agacy.
Aproximadamente dez pacientes serão contempladas com a ação, conforme estiverem aptas clinicamente para o procedimento.
“Ainda não temos um número exato, pois algumas delas estão finalizando os exames de pré-operatórios”, destaca a médica.
Rotina durante o ano

Mastectomia é uma forma de tratar o câncer de mama que consiste na retirada cirúrgica da mama | Foto: Dicionário da Saúde
As pacientes participantes foram selecionadas de acordo com a lista de espera do SUS (Sistema Único de Saúde). Segundo a médica, as cirurgias de reconstrução mamária são realizadas rotineiramente durante o ano, conforme a demanda das pacientes no ambulatório.
Já o mutirão ocorre sempre em outubro, paralelamente à campanha Outubro Rosa, quando há concentração de um número maior de intervenções.
A especialista destaca que os procedimentos, realizados no Hospital São José, destinam-se a pacientes carentes, que geralmente não possuem acesso ao serviço privado. Tanto Ana Paula quanto Agacy participam regularmente do mutirão.
“Sempre participamos do mutirão aqui em Jaraguá do Sul. Para nós, isso é muito gratificante, pois podemos proporcionar a melhora da qualidade de vida e autoestima a essas mulheres que passaram pela mastectomia”, ressalta a cirurgiã.
Um passo de cada vez
Há oito anos, Giani Carli Peters, 47 anos, passou pela mastectomia. Ela conta que quando soube que precisaria tirar toda a mama teve um baque. Naquele momento, pensava em como o corpo ficaria, se haveria um buraco no peito.
“Posso dizer que o apoio da equipe médica e da família é muito importante. Aos poucos, eu superei esse medo. No ato da mastectomia, coloquei um expansor que, vamos dizer, é uma solução temporária”, revela.
Na época, conta que não sentiu necessidade de passar por uma nova cirurgia para colocar a prótese definitiva. No entanto, reconhece a importância que a reconstrução tem na vida das mulheres.
Em contato com outras pacientes, ela viu muitas passarem por problemas como depressão. Para as mulheres, os seios representam a feminilidade e estão diretamente ligados à beleza.
“Cada uma reage de uma forma. Eu coloquei na minha cabeça que era muito mais importante estar saudável, estar viva”, garante Giani.
Qualidade de vida
Em 2016, ela finalmente passou pela cirurgia reparadora em uma das mamas e, neste ano, fez na outra – simetrização. Agora, diz que está cogitando tatuar os seios.
“Venho pensando em fazer tatuagem. Mas, vai acontecer na hora certa”, conclui.
De acordo com a médica Ana Paula Passini, a cirurgia reparadora representa, muitas vezes, a segurança necessária para a paciente retomar suas atividades normais e se reintegrar à vida social. As intervenções estão ligadas à qualidade de vida e à saúde psicológica da mulher.
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