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Origem do Parque Malwee: o sonho visionário que virou símbolo de Jaraguá do Sul

Lagoa do Parque Malwee na década de 90. Cartões Postais do CDL/ACIJS. Foto publicada por Fazenda Leão da Montanha

Por: Maria Luiza Venturelli

25/07/2025 - 14:07 - Atualizada em: 25/07/2025 - 14:08

No fim da década de 1970, Jaraguá do Sul assistiu ao nascimento de um espaço que mudaria para sempre a paisagem urbana do município. O que antes era uma área de arrozais e mata pelada deu lugar a um dos maiores símbolos da cidade: o Parque Malwee.

Com 1,5 milhão de metros quadrados, o parque é hoje o ponto turístico mais visitado de Jaraguá do Sul, mas a história começou bem antes da inauguração.

Parque foi fundado em 1978 | Foto: Acervo Museu Wolfgang Weege

A inspiração veio do outro lado do mundo. No início dos anos 1970, o empresário Wolfgang Weege, então à frente da Malwee Malhas (hoje Grupo Malwee), viajou pela Europa e se encantou com os parques públicos espalhados por cidades do velho continente.

A ideia de criar um espaço semelhante em Jaraguá do Sul não saiu mais da sua cabeça. De volta ao Brasil, começou a buscar áreas onde pudesse concretizar esse projeto.

Foi então que ele encontrou, no bairro Barra do Rio Cerro, uma grande extensão de terra usada para o cultivo de arroz. A vegetação nativa já não existia mais e a paisagem era desoladora. Mas o olhar de Wolfgang via além do que havia.

Parque Malwee na década de 1970 | Foto: Marli Behling/Grupo Antigamente em Jaraguá do Sul

Após a aquisição do terreno, iniciou-se um intenso processo de transformação ambiental. Mudas de árvores e sementes foram trazidas de diversos lugares ao redor do mundo.

O reflorestamento e o planejamento da estrutura levaram cerca de cinco anos. Em 27 de setembro de 1978, o sonho se tornou realidade: o Parque Malwee foi oficialmente inaugurado, no mesmo dia em que Wolfgang completava 61 anos.

Parque foi inaugurado em setembro de 1978 | Foto: Acervo Museu Wolfgang Weege

A cerimônia de inauguração foi marcada por uma encenação simbólica. A família Weege, vestida com roupas de época, cruzou uma das lagoas do parque a bordo de um barco que representava o veleiro “Lord Brougham”, embarcação que trouxe seus antepassados ao Brasil em 1868. Era o início de um parque e principalmente de um grande legado.

Com o tempo, o espaço ganhou novos elementos culturais. Durante uma viagem à China, Wolfgang ficou comovido com o regime autoritário do país e decidiu homenagear o valor da liberdade, encomendando ao escultor pomerano Erwin Curt Teichmann uma réplica da Estátua da Liberdade, instalada até hoje em uma das lagoas do parque.

O mesmo artista foi responsável por outra escultura icônica do local: a estátua da costureira, instalada em 1981. Atualmente, o parque abriga cerca de 30 esculturas espalhadas pela área verde.

Parque Malwee em 1981 | Foto: Arquivo Pessoal de Bia Bartel/Grupo Antigamente em Jaraguá do Sul

Quatro anos após a inauguração, em 1982, Wolfgang doou oficialmente o parque aos colaboradores da empresa. A gestão passou a ser feita pela Associação Recreativa Malwee (ARmalwee), que segue responsável pelo cuidado e manutenção do espaço até hoje, garantindo que ele continue acessível e gratuito para a população.

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Maria Luiza Venturelli

Jornalista formada pela Faculdade IELUSC, especializada em conteúdo publicitário, cultura e entretenimento.