Um recente levantamento do People at Work, realizado pelo ADP Research Institute, revelou que 67% dos trabalhadores brasileiros enfrentam estresse no trabalho e que 31% têm problemas de saúde mental relacionados a esse ambiente.
A pesquisa também revelou que 57% dos colaboradores acreditam que seus superiores não estão preparados para falar sobre o tema de forma aberta e sem julgamentos. Os números são um alerta para os impactos desse cenário e como as empresas podem adotar medidas eficazes para apoiar a saúde mental e o bem-estar de seus funcionários, especialmente em períodos de alta demanda como o final do ano.
Segundo a especialista em Recursos Humanos e diretora da POP RH, Ana Carolina Guerra, o final do ano é tradicionalmente uma época de aumento nas demandas profissionais, com prazos apertados, metas acumuladas e pressões para cumprir objetivos antes do encerramento do ano fiscal.
“Este cenário pode aumentar o estresse entre os trabalhadores e afetar significativamente a saúde mental e bem-estar. As empresas devem estar atentas a essas mudanças no ambiente de trabalho, que podem levar ao esgotamento físico e emocional dos colaboradores”.
De acordo com a pesquisa, o estresse no trabalho é um reflexo da crescente pressão enfrentada por muitos profissionais. Além disso, 31% afirmam ter problemas de saúde mental, evidenciando a necessidade urgente de abordagens mais eficazes para lidar com essas questões.
Ana Carolina explica que “essa falta de preparação das empresas para falar sobre saúde mental sem julgamento contribui para a perpetuação de um ciclo de sobrecarga e sofrimento emocional, tornando o ambiente de trabalho ainda mais desafiador”.
Sintomas do aumento do estresse
Para identificar o aumento do estresse no ambiente de trabalho, a especialista também destaca os sintomas, “É preciso se atentar aos sinais claros de sobrecarga emocional e física. Entre os mais comuns estão a fadiga constante, irritabilidade, dificuldade de concentração e queda na produtividade. Além disso, os colaboradores podem começar a demonstrar sintomas físicos, como dores musculares e insônia, e comportamentais, como isolamento e procrastinação. Reconhecer esses sinais precocemente é fundamental para adotar estratégias de apoio a tempo”.
Para lidar com esses desafios, a especialista em recursos humanos sugere que as empresas adotem práticas de prevenção e apoio psicológico.
“As organizações precisam criar um ambiente seguro e acolhedor, onde os colaboradores se sintam à vontade para falar sobre suas dificuldades emocionais. Além disso, devem promover pausas estratégicas e uma gestão de carga de trabalho que priorize o bem-estar. É recomendado o desenvolvimento de políticas claras de saúde mental que incluam apoio psicológico, terapias ocupacionais e treinamento para gestores sobre como lidar com essas questões de maneira empática e eficiente”, comenta.
Por outro lado, os próprios colaboradores também podem adotar algumas estratégias para reduzir o estresse e manter o equilíbrio entre a vida profissional e pessoal, como investir em técnicas de gestão de tempo, priorizar de tarefas e estabelecer limites claros entre o trabalho e a vida pessoal.
“Tirar pausas regulares, praticar meditação e dedicar tempo para atividades relaxantes são atitudes que podem diminuir significativamente o impacto do estresse no dia a dia”, completa a especialista.
