Vamos direto ao ponto: ‘Homem’ não maltrata mulher. Me dei conta de que a ciência já desvendou, quase por completo, a espécie que maltrata mulher. Apêndices protuberantes pontiagudos na parte frontal do crânio são os sinais mais evidentes dessa linhagem. No que se refere ao comportamento, uma disfunção neurológica responsável pelo impulso à violência, também já foi elucidada.
Se o interior do crânio do ‘Homem’ inteligente e civilizado é constituído de massa encefálica, ou cérebro, na espécie em questão, é recheado de massa ‘fecálica’, vulgarmente conhecida por cocô.
A diminuta dimensão do órgão reprodutor, ou ‘pistolin’, é outra peculiaridade só pertencente a essa espécie dos ungulados. Óbvio que esses mentecaptos não leem sequer bula de remédio, logo, nunca saberão que a Declaração Universal dos Direitos Humanos estabelece, em seu artigo 5º, que “todos somos iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País, a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade”.
O processo de evoluir em sociedade é árduo, pois demanda iniciativas, lideranças, lutas e renúncias de poucos em benefício de muitos. Embora sejam com esses esforços que tentamos assegurar aquilo que nos faz humanos, ou seja, nossos direitos e deveres fundamentais, a percepção que me fica, diante dos indicadores de nossa ‘Urbe Sorriso’ (?), é a de que estamos regredindo.
Prova disso são os próprios ungulados ao ignorarem que a violência contra a mulher não se materializa só fisicamente. Além da violência física, há a violência moral (difamar, caluniar, injuriar); a sexual (pressionar a prática do ato, negar-se ao preservativo, proibir o uso de métodos contraceptivos); a patrimonial e econômica (controlar o dinheiro, impedir de trabalhar, destruir os pertences, ocultar bens e propriedades); e a psicológica (insultar, humilhar isolar, perseguir, ameaçar).
Mas, a violência não acaba aqui. Há um estágio bem mais brando, onde ela se transfigura em ignorância. Aqui encontram-se a espécie dos bípedes mal-educados, broncos, rudes, xucros, lorpas. Os que não sabem se portar de forma elegante diante de uma mulher. São os que não puxam uma cadeira num restaurante, os que falam com palito na boca, os que não abrem a porta do veículo, os que não dão a vaga em uma fila ou acento.
Mulher, não abra mão de sua intocável dignidade. Chute o traseiro desses bundões! Denuncie! Procure ajuda! Liberte-se desses malas! Lembre-se: “quando o mundo inteiro está em silêncio, até mesmo uma só voz se torna poderosa”. (Malala Yousafzai).