Ubiratan Luis Modrock, suspeito de matar a filha em Guaramirim, é escrito como um homem bom e prestativo.
A reportagem do OCP conversou com um dos moradores do condomínio localizado na rua Virgínia Cristofolini, no bairro Escolinha, para entender como se relacionava com a vizinhança.
Pedro Henrique Mascalhe conhecia Ubiratan desde que se mudou para o local.
O morador lembra que sempre teve uma convivência boa com a família e que nunca teve problemas com o pai de Evelyn Vitória Modrock, de cinco anos.
A menina brincava com a filha dele todos os dias.
“Recentemente, eles tiveram uma separação e foi onde começou todo o problema. Ele não deixava a ex-esposa ficar com a menina. A gente percebeu que a menina começou a ficar meio doentinha e desanimada. A última vez que eu vi ela foi quando eu mostrei um balão. Ela estava meio triste, mas ainda sorriu”, conta emocionado.
O vizinho estava estudando na manhã do último sábado (12) e percebeu a movimentação de viaturas no local.
Ele foi perguntar para outro morador o que havia ocorrido e foi informado que Ubiratan teria assassinado a filha e depois tentou se matar.
De acordo com Pedro, Ubiratan havia comentado com outras pessoas que “iria fazer besteira”.
As brigas entre o suspeito e a mãe da vítima eram constantes após a separação e o assunto, geralmente, era a proibição das visitas no condomínio.
“Ele saia e levava ela junto sempre para não deixar a menina com ela. Ele contava que a Evelyn não sentia saudade da mãe. Ele falava isso sempre porque ele queria, não porque a gente perguntava. Era uma maneira de ele desabafar”, ressalta Pedro.
Investigação
O pai da vítima confessou o crime em depoimento à Polícia Civil.
De acordo com o delegado Paulo Reis Venera, em um primeiro momento, o suspeito contou que um homem entrou na residência, o agrediu com golpes de faca e matou a menina asfixiada.
Porém, após ser confrontado com os indícios, ele acabou confessando contando para o delegado que cometeu o homicídio porque a criança estava triste com a separação do casal.
Ubiratan deve responder por homicídio triplamente qualificado, por motivo fútil, meio cruel com emprego de asfixia e impossibilidade de defesa da vítima.
A hipótese de feminicídio não está descartada, mas ainda depende de outros elementos de prova.
O homem de 39 anos segue preso preventivamente no Presídio Regional de Jaraguá do Sul.