Resgate de gêmeas mostra heroísmo nos 54 anos dos Bombeiros Voluntários de Jaraguá do Sul

Dafne (E) e Steafani sobreviveram a incêndio no bairro jaraguá 84 | Foto: Reprodução Câmera Coelho Filmes

Por: Claudio Costa

22/08/2020 - 08:08 - Atualizada em: 22/08/2020 - 08:19

O Corpo de Bombeiros Voluntários de Jaraguá do Sul já salvou incontáveis vidas durante os 54 anos de fundação. Neste sábado (22), data em que a corporação comemora mais um ano de atividade, o OCP relembra a história das gêmeas Dafni e Stefani Peres de Lima, de nove anos.

Na tarde do dia 9 de janeiro de 2012, após um temporal, um curto-circuito na fiação elétrica acabou provocando o incêndio na residência de madeira onde as duas meninas moravam com a família. Rapidamente, o fogo se alastrou pela residência, principalmente no quarto em que estavam as irmãs.

“Eu fui lavar roupa e ouvi um barulho. Pensei que era um trovão e coloquei a mão na tomada e só escutei gritos. Eu fiquei grudada no fio da máquina e não tinha força para ir para dentro da casa para salvar as meninas. Eu fiquei paralisada, não conseguia me mexer”, conta a mãe Maria Angela Rodrigues Dufeck.

O filho mais velho de Angela, na época com cinco anos, conseguiu sair correndo sozinho da casa. Ele sofreu queimaduras nos pés. Mas as duas meninas eram muito pequenas para sair do local. Elas foram salvas pelo tio e por um vizinho.

“Elas estavam dormindo e queimou um mosquiteiro que estava em cima delas. Começou a queimar PVC no rosto, no braço e na barriga da Stefani. Além disso, a fralda acabou queimando também”, destaca Angela, ao ressaltar que Dafni estava em um colchão no chão e tentou engatinhar para fora do cômodo.

Resgate

O bombeiro voluntário Ademar Felippe Wischral estava de plantão naquele dia. Por volta das 14h30, uma ligação para o número 193 informou sobre o incêndio em uma casa na localidade de Wigando Meier, no bairro Jaraguá 99.

“Foi uma situação muito delicada. Nós estávamos na sede central e fomos chamados para atender um incêndio em uma residência com duas vítimas no interior. Chegando no local, não encontramos as crianças lá, porque um vizinho colocou as vítimas em um carro e foi ao encontro da viatura”, recorda Wischral.

Houve um desencontro, mas o vizinho retornou para o local da ocorrência e os bombeiros tiveram que atender a vítima dentro do veículo. Dafni e Stefani tinham apenas um ano de idade e tiveram queimaduras graves no corpo inteiro.

Ademar participou do resgate das meninas gravemente feridas | Foto: Fábio Junkes/OCP News

“Eles chegaram muito rápido. Dava para ver que eles estavam muito nervosos, mas estavam muito articulados. Eles tiveram muito cuidado e conseguiram fazer a limpeza dos ferimentos. Foram verdadeiros anjos sem asas”, frisa a mãe das meninas.

Após a primeira resposta dada pelos bombeiros, as meninas foram colocadas na ambulância e levadas ao encontro da Unidade de Suporte Básico (USB) do Samu (Serviço de Atendimento Móvel de Urgência) para a realização de outros procedimentos de atendimento pré-hospitalar.

“Era uma situação delicada tanto pelos ferimentos como pela idade das crianças. Elas não conseguiam falar o que estava acontecendo, onde havia dor. A questão da idade acaba mexendo com o emocional da gente. Fizemos o melhor possível para conduzir as vítimas para o Hospital Jaraguá”, destaca o bombeiro.

Luta pela vida

As gêmeas tiveram queimaduras profundas de terceiro grau e foram levadas do Hospital Jaraguá para o Hospital Infantil Joana de Gusmão, em Florianópolis. O transporte foi realizado pelo helicóptero Águia 1, da 2ª Companhia do Batalhão de Aviação da Polícia Militar.

Dafni e Stefani ficaram internadas na UTI (Unidade de Terapia Intensiva) do hospital referência para crianças queimadas na Capital. Dafni teve 38% do corpo queimado, enquanto que a irmã teve 85% atingido. Ela ficou seis meses internada, passou por cirurgias para enxerto de pele, além de outros procedimentos corretivos.

“A Stefani chegou a ter uma parada cardíaca enquanto estávamos indo para o hospital. Mesmo com ela se debatendo, eles foram muito ágeis e conseguiram salvar a vida dela. Se não fossem os bombeiros, elas não iriam sobreviver”, comenta a mãe.

 

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