Professora de SC agredida a socos por aluno lembra um ano do caso com novas denúncias

Em seu perfil no Facebook, professora Marcia publicou montagem de sua foto no dia da agressão e de professor agredido nesta terça | Foto Reprodução Facebook Rede OCP News

Por: Rosana Ritta

23/08/2018 - 05:08 - Atualizada em: 23/08/2018 - 10:20

Exatamente na terça-feira (21), dia em que se completava um ano da agressão sofrida de um aluno em uma escola no município de Indaial, a professora de língua portuguesa e literatura, Marcia Friggi, publicou depoimento em seu perfil no Facebook lembrando os traumas que a violência ainda lhe impõe no dia a dia e novos casos registrados em Santa Catarina.

Marcia revela que semanas antes começou a relembrar tudo com frequência ainda maior, “porque esquecer, a gente nunca esquece”. Ela se refere ao episódio vivido em 2017, quando um aluno de 17 anos a agrediu a socos na sala da diretoria da escola.

O caso da professora que mostrou o rosto ensanguentado ganhou repercussão nacional e em menos de 24 horas ela tinha quase um milhão de visualizações em seu perfil, com milhares de mensagens de apoio e outras, nem tanto.

“Hoje faz um ano da violência que sofri. É difícil o aniversário de um trauma. A tristeza e a ansiedade voltam com força. A revolta e a indignação se agigantam diante de mais um caso”, escreveu ela.

Marcia aproveitou o momento para solidarizar-se com o professor de matemática de Curitibanos, Jonhy Tessari da Cunha, que justamente no mesmo dia em que se completava um ano do crime do qual ela foi vítima sofreu agressões de um aluno de 13 anos que já veio transferido de outra escola pelo histórico de agressões.

E, como se não bastasse, nesta quarta-feira ela voltou a denunciar outra agressão contra uma professora. Disse não conhecer a vítima, que está “muito perto” e tem anos de experiência em sala de aula. Segundo as informações, houve tentativa de abafar o caso.

“Querida, não estás sozinha. Eu sei como é difícil e você não é culpada. É vítima! Também sei da tentativa de deixarem tudo “em off”. Sei que o aluno apertou teu pescoço e que os gritos de outra professora te salvaram. Sei que veio a polícia. Nenhum detalhe me é poupado”, escreveu.

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Marcia diz que não vai sossegar sem interferir e transformar a realidade em sala de aula, em que os profissionais da educação se sentem desamparados em relação às violências.

Do aluno que a agrediu, ela tem poucas informações. Sabe que ele foi punido, ficou algumas semanas no sistema semiaberto para adolescentes e estaria cumprindo pena de serviço comunitário.

Mas mais do que punir seu agressor, a professora defende a valorização profissional da categoria submetida aos frutos . “Quando governos e sociedade não nos respeitam, isso acaba se refletindo na sala de aula. Aluno vai respeitar por quê?”, questiona.

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