Professora que foi agredida por aluno em Indaial dá um basta às mensagens de ódio

Por: Rosana Ritta

26/09/2017 - 17:09

“Amigos, todos sabem do momento dificílimo que passei. Venho, aos poucos, lendo e respondendo as inúmeras manifestações de solidariedade que recebi. Também chegaram relatos tristes de agressões sofridas pelos colegas professores. Infelizmente, aparecem mensagens de ódio, as quais ignoro. Esta última que postei na minha página passou de todos os limites. Estou tomando as providências cabíveis e já falei com meu advogado. Tudo tem limite, paciência também. Sugiro aos que ainda têm discurso de ódio guardado contra mim que pensem bem antes de mandar. Meu conselho é que engulam!”

“A Pátria que não respeita seus
professores não merece ser respeitada!”

Pouco mais de um mês depois de ver sua vida ganhar um novo rumo e virar manchete em praticamente todos os veículos de imprensa do país mostrando o rosto dilacerado e sangrando, a professora de língua portuguesa e literatura, Marcia Friggi, publicou nesta terça-feira (26), mensagem em sua página no Facebook em que dá um basta a todas as agressões verbais que se seguiram à agressão a tapas e socos sofrida na manhã da segunda-feira, 21 de agosto de 2017, ao chamar a atenção de um aluno de 15 anos, frequentador do Centro de Educação de Jovens e Adultos (Ceja) de Indaial, na região do Vale do Itajaí, interior catarinense.

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SAIBA MAIS:

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Em uma velocidade fulminante, em menos de 24 horas depois de ter postado seu relato a respeito da agressão, a professora viu seu perfil na rede social ser invadido por milhares de mensagens solidarizando-se com o seu caso. Mas em meio a tantas mensagens e a mais de 500 mil compartilhamentos no primeiro dia, desde então Marcia se tornou alvo de críticas de internautas que quiseram dar um tom político à atitude do agressor.

Enquanto a professora se cura dos ferimentos físicos e tenta retomar sua rotina, o menor agressor, que iria cumprir medida socioeducativa de 45 dias em Blumenau e tem um histórico de agressões, ganhou benefício de responder em liberdade.

Agora, ela informa que não vai mais aceitar mensagens de ódio em sua página, e novamente se multiplicam as mensagens de apoio. “Amiga, perdoa, sabes que tem sempre os fanáticos e ignorantes. Acredite que eles vão receber de volta o ódio que eles plantam contra ti. Admiro demais a tua força e coragem”, diz uma das mensagens de apoio.

 

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À Professora Márcia Guerreira Friggi da Luta

A agressão da sociedade para além da sala de aula