Mulher conta como o companheiro se afogou em Corupá

Foto Fábio Junkes/OCP News

Por: Claudio Costa

15/12/2020 - 12:12 - Atualizada em: 15/12/2020 - 13:04

A empregada doméstica Jocimara Franco, de 30 anos, está de luto pela morte do companheiro, o preparador de tintas Giovane Cidral da Maia, de 32 anos. Ele se afogou em um rio no bairro Seminário, na tarde do último sábado (12). A Polícia Civil investiga as circunstâncias do acidente.

 

 

Jocimara contou para a reportagem do OCP como o acidente aconteceu. O filho dela, de 7 anos, e a filha de Giovane, de 9, estavam com calor. Apesar de estar com dor de cabeça, o homem decidiu levar as crianças para se refrescarem em um local que conhecia desde a infância.

“Ele até disse que queria descansar, mas acabou fazendo a vontade da filha, porque ele sempre fez tudo por ela. A gente foi em um rio que ele conhecia desde criança. Eu nunca tinha ido naquele rio e até falei que não queria ficar naquele lugar”, conta a viúva da vítima.

Um homem e uma menina estavam no local, mas logo saíram. Eles foram até uma pedra onde ocorreu o afogamento. Jocimara ficou brincando com as duas crianças em meio às pedras, em um local raso, mas Giovane não quis entrar na água.

“A gente estava há meia hora lá e o meu filho começou a se afogar. Eu pulei atrás dele para tentar salvar, mas também afundei porque não dava pé. Como eu não sei nadar, eu fiquei me debatendo. O Giovane pediu para a filha dele correr para chamar a ajuda”, lembra.

Foto: Reprodução Redes Sociais

Jocimara explica que companheiro afundou assim que mergulhou, mas não retornou à superfície. Ela não sabe o que aconteceu, se ocorreu algum tipo de mal súbito, pois Giovane sabia nadar. Nesse meio tempo, a mãe começou uma luta desesperada para salvar o filho.

“Aí, eu pegava, afundava e jogava o meu filho para cima. Afundava, jogava o meu filho pra cima e afundava. Eu fiquei um bom tempo me batendo. Na última vez, eu tinha tomado muita água. Eu pedi pra Deus salvar o meu filho. Nessa hora, não sei da onde veio força, mas eu joguei ele em cima de uma pedra”, recorda.

Em seguida, a mãe também conseguiu se agarrar na pedra. Ela olhou para trás e não viu nenhum sinal de Giovane. Imediatamente, a mulher começou a gritar por socorro e dois homens apareceram para ajudar. O Corpo de Bombeiros Voluntários foi chamado.

Ainda havia a esperança de que Giovane tivesse sido levado pela correnteza e se salvado. Porém, ele foi encontrado já sem vida por um popular no local onde ocorreu o afogamento.

Juntos há quase quatro anos

O casal estava prestes a completar quatro anos de relacionamento. Jocimara conta que os dois eram muito unidos e que o sentimento ocorrido após a morte do companheiro é a pior sensação que passou na vida.

“Principalmente, vendo tudo o que aconteceu, saber que ele morreu tentando salvar a gente. Porque eu não sei nadar e ele sabia. Eu não me conformo, mas a única coisa que me conforta é saber que o meu filho está vivo”, lamenta.

Jocimara ainda reclama do compartilhamento de um vídeo que está circulando nas redes sociais sobre a morte do companheiro. Segundo ela, apesar de ter uma mensagem bonita, não está contando os fatos como ocorreram.

“Apesar de ele ter sido sim um herói, porque tentou ajudar a gente, não foi a filha dele que se afogou. Ele não conseguiu tirar a gente da água. Se ele tivesse conseguido, ele estava vivo, teria sobrevivido. Não foi isso que aconteceu e eu queria que fosse arrumado esse vídeo”, pede.

 

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