MP investiga troca de mensagens após assassinato de Andreia em Jaraguá do Sul

Promotor busca reunir mais elementos para a acusação | Foto: Adilson Amorim/OCP News

Por: Claudio Costa

09/08/2018 - 08:08 - Atualizada em: 09/08/2018 - 08:40

O Ministério Público de Santa Catarina está acompanhando a investigação acerca da morte de Andreia Campos Araújo, 28 anos, em Jaraguá do Sul. O promotor Marcio André Zattar Cota pediu a perícia no celular do companheiro dela e principal suspeito do assassinato, Marcelo Kroin, 38 anos, acusado de cometer o feminicídio na madrugada de domingo (5). Segundo Cota, houve troca de mensagens entre o telefone da vítima e o aparelho do suspeito após a morte de Andreia.

https://youtu.be/aRidn8R2Pfo

 

O fato chamou a atenção do promotor e instigou pedido de quebra de sigilo telefônico de Marcelo. Agora, o Instituto Geral de Perícias (IGP), em Joinville, tem até dez dias para fazer a perícia do telefone. “Com a apreensão dos aparelhos, eu fiz o pedido para que o IGP faça todo o histórico de troca de mensagens entre os telefones. É possível, inclusive, recuperar mensagens apagadas. Então, são mais elementos para a gente formar a convicção sobre a prática do delito”, comenta.

Cota aponta que, dependendo do conteúdo encontrado no aparelho, Marcelo pode ser acusado de fraude processual, que é quando o criminoso modifica elementos relacionados ao crime com o intuito de enganar a autoridade policial ou perito.

Apesar de revelar que é certa a qualificação do homicídio como feminicídio, ele também frisa que é preciso a finalização do laudo cadavérico da vítima e também da investigação feita pela Polícia Civil para que outras qualificações sejam adicionadas na acusação.

Cota imagina que Marcelo deve sustentar a história de que agiu sob legítima defesa. O promotor conta que o suspeito afirmou que deu um soco na companheira, ela bateu a cabeça em uma parede e caiu. “Apenas o laudo cadavérico vai poder dizer que aconteceu isso ou não. Aí, nós vamos confrontar esse laudo com a versão apresentada pelo acusado. Ele pode responder por ocultação de cadáver, homicídio já agravado pelo feminicídio. Mas, para isso temos que analisar as circunstâncias que ocorreram essa morte”, sublinha.

Apesar da grande repercussão nacional, Cota defende que o feminicídio ocorrido nesse fim de semana ganhou a atenção que qualquer crime grave ocorrido dentro do município. O promotor explica que está sempre em contato com as polícias Civil e Militar para acompanhar homicídios, grandes roubos e também grandes apreensões de drogas em Jaraguá do Sul.

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