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Há exatamente um mês a família Schwirkowsky era surpreendida com a possibilidade de ter um de seus familiares envolvido na tragédia ocorrida em Brumadinho (Minas Gerais), cidade há 1.104 quilômetros de distância de Corupá, município do Norte de Santa Catarina. Agora, eles vivem à espera da confirmação da morte de Evandro Schwirkowsky, 23 anos.
A tia de Evandro, a revisora Ivanir Schwirkowsky, 52 anos, conta que só soube do desaparecimento do sobrinho quando agentes do Instituto Geral de Perícias apareceram à sua porta para recolher material genético para fazer a identificação do corpo do rapaz. O prazo para confirmação ou não da morte do rapaz é de 30 a 60 dias.
Um advogado foi contratado para buscar notícias e verificar a possibilidade de um reconhecimento visual do cadáver.
“A gente só queria ter uma resposta, para poder enterrar o meu sobrinho. Eu só queria ter uma certeza, para o corpo dele vir para nós. Ele é o único filho do meu irmão. Tudo já está pronto para trazer o corpo para Corupá”, lamenta.
Ivanir revelou em entrevista ao jornal O Correio do Povo que o sobrinho havia vendido parte do sítio do avô antes de partir para Florianópolis.
A reportagem teve acesso a um contrato assinado por Evandro e datado em 4 de janeiro de 2019, dia em que o jovem viajou para encontrar o companheiro na Capital. Ele levou R$ 20 mil, valor que o comprador havia dado de entrada na transação.
“Um casal bateu aqui e eu atendi. Eles falaram que tinham algo para me contar, mas não queriam porque o meu pai estava doente. Contaram que o meu irmão vendeu o sítio. Lembraram que compraram do Evandro, mas eu disse que não era meu irmão, mas meu sobrinho”, lembra Ivanir.
O casal contou que deu os R$ 20 mil de entrada em dinheiro e que pagariam outros R$ 10 mil em dez vezes com cheques.
“Eu disse que ele era filho do meu irmão e que não poderia vender esse terreno. Depois que o meu pai morresse, esse terreno iria para o meu irmão, porque o meu pai havia feito usufruto com ele”, explica, ao ressaltar que o casal fez um boletim de ocorrência na Polícia Civil para relatar o caso de estelionato.
Evandro é descrito pela tia como um rapaz inteligente e muito querido com todos os entes da família. Ele foi criado pelos avós paternos.
A avó faleceu há nove meses e o avô morreu em decorrência de um câncer, no último dia 23 de fevereiro. Inicialmente, o rapaz e o seu companheiro viviam na casa com os idosos, mas depois construíram uma residência em separado, no mesmo terreno, e receberam um pedaço de terra para trabalhar.
“O meu pai pediu para morar comigo e os meus sobrinhos ficaram lá trabalhando. O problema é que eles não gostam de trabalhar na roça. O pai ganhava as duas pensões e estava sustentando eles. Todo dia 5 a gente fazia um rancho e levava para eles comerem, porque o meu pai não queria que eles passassem fome e sede”, comenta.
Após a saída do companheiro de Evandro a Florianópolis, o avô pediu que o neto viesse morar na casa do seu pai e da madrasta, nas proximidades da casa de Ivanir, mas ele não aceitou a proposta.
Depois da festa de Ano Novo, os tios de Evandro foram até o sítio, mas não encontraram ninguém. Desde esse dia eles não têm mais notícias do jovem.
O namorado de Evandro relatou que o jovem foi até Florianópolis. Os dois saíram da Capital de Santa Catarina rumo a Salvador, na Bahia. O rapaz do interior não teria se acostumado com a violência da cidade grande e decidiu ir para Brumadinho.
“Andaram falando que a gente não gostava deles, porque eles eram assim. Isso não tem nada a ver. Eu gostava dele mesmo, de coração, porque eu criei ele desde bebê. Desde que ele saiu do hospital, eu ajudei a criar ele”, frisa Ivanir.
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