O Núcleo de Segurança e Saúde no Trabalho da Acijs (Associação Empresarial de Jaraguá do Sul) realiza nesta quinta-feira (22) uma live sobre quedas de altura. A transmissão será realizada no canal da associação no YouTube, a partir das 19h30.

 

 

O coordenador do núcleo, Arduíno Martins, explica que o encontro busca discutir esse ponto importante na prevenção de acidentes e doenças no trabalho. Martins destaca que houve um grande planejamento para realizar a live.

Ao todo, cinco pessoas vão participar do evento e têm o papel de trazer um olhar multidisciplinar sobre o tema.

O coordenador do Núcleo conta que os participantes têm vasta experiência e poderão informar as empresas e os profissionais sobre maneiras de evitar esses acidentes.

Foto: Divulgação

“As quedas de altura costumam ter consequências muito graves, quando não fatais. Nós vamos conhecer os indicadores de Jaraguá do Sul e se nós temos motivos para nos preocuparmos. E eu adianto que nós temos sim motivos para nos preocuparmos”, destaca.

A live vai discutir, por exemplo, qual o fluxo de atendimento, quais profissionais da área médica participam dos atendimentos em acidentes que envolvem a queda de altura, as sequelas para as vítimas, as responsabilidades dos contratantes e dos contratados, além da abordagem técnica e prática para a prevenção.

Sem equipamentos

O escritor e conselheiro da Rede OCP de Comunicação, Nelson Luiz Pereira, vai contar a sua experiência trágica em um acidente de trabalho.

Quando tinha apenas 16 anos, Nelson perdeu o pai, Luiz Anastácio Pereira, de 44 anos, que sofreu uma queda de uma altura de cinco metros.

Na manhã de 22 de março de 1976, Nelson e Luiz saíram de casa para trabalhar em uma fábrica de doces em Laurentino, no Vale do Itajaí. Eles trabalhavam sem registro na empresa de médio porte e a primeira tarefa do dia seria o conserto de uma infiltração na cobertura da expedição.

“Papai fazia o reparo posicionado em cima do telhado. Ao mudar de posição, o telhado rompeu, ele caiu e acabou batendo a cabeça numa calçada. Não havia EPIs na empresa. Apoiei a cabeça dele em meus braços, seu olhar fixo para o além refletia o coma”, lembra Nelson.

Luiz sofreu um traumatismo craniano grave com hemorragia. Ele foi levado para o Hospital Cruzeiro, em Rio do Sul. No hospital, com poucos recursos, a equipe médica disse para a família que restava esperar que o paciente reagisse.

Porém, ele morreu vítima dos graves ferimentos.

“Nossa família desabou com ele. Perdemos o rumo. A estrada da sobrevivência e adaptação foi um caminho dolorido. As marcas que ficam são irreparáveis. A leitura nítida e cruel daquela tragédia, eu só consegui fazer quando me tornei adulto. Hoje, compartilho essa experiência para que sirva de conscientização”, lamenta.

Acidentes em residências

O comandante do Corpo de Bombeiros Voluntários de Jaraguá, Neilor Vincenzi, destaca que as empresas buscam seguir a legislação.

Segundo ele, muitos dos acidentes também ocorrem no ambiente doméstico, na casa das pessoas.

Ele destaca que a população também precisa usar equipamentos ao realizar esses trabalhos.

“As pessoas não contratam profissionais e acabam fazendo os reparos doméstico. Isso aconteceu como o [apresentador] Gugu. A morte dele aconteceu após uma queda em uma residência", lembra Neilor.

"A pessoa pensa que pode subir na escada de dois metros e fazer algo sem segurança. É preciso conscientizar as pessoas a usarem os equipamentos nessas situações”, explica.

 

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