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Desaparecimento da menina Emili completa cinco anos em Jaraguá do Sul

Emili tinha apenas dois anos quando foi raptada pelo pai | Foto: Polícia Civil/Divulgação

Por: Claudio Costa

21/05/2019 - 08:05 - Atualizada em: 21/05/2024 - 14:49

O caso de desaparecimento mais misterioso da crônica policial de Jaraguá do Sul completa cinco anos nesta terça-feira (21). A pequena Emili Miranda Anacleto, na época com 1 ano e 11 meses, foi raptada pelo pai, Alexandre Anacleto, da residência da mãe, Josenilda Miranda, no bairro Rio da Luz e nunca mais foi vista. A investigação segue aberta na Delegacia de Polícia de Pessoas Desaparecidos (DPPD), em Florianópolis.

À frente da Delegacia de Proteção à Criança, ao Adolescente, à Mulher e ao Idoso (DPCAMI) de Jaraguá do Sul na época, a delegada Milena de Fátima Rosa acompanhou o processo de investigação e buscas ao paradeiro da menina.

 

 

No dia seguinte ao desaparecimento de Emili, Alexandre foi encontrado morto no seu veículo na praia de Itajuba, em Barra Velha. Apenas o corpo do homem estava no veículo, incendiado por dois adolescentes de 13 e 15 anos, o que deixou um verdadeiro espaço em branco no paradeiro da criança.

“O fato de a investigação do encontro do Alexandre ter sido feita em outra comarca [na Delegacia de Barra Velha] atrapalhou um pouco o nosso inquérito. O carro dele foi incendiado e isso também eliminou pistas importantes que pudessem levar ao paradeiro da Emili”, destaca.

Milena mostra o inquérito sobre a morte da criança e fotos do carro incendiado em Barra Velha | Foto Arquivo OCP News

Como Alexandre registrou um boletim de uma ameaça de morte feita pelos irmãos da mulher dias antes de ser assassinado, 14 aparelhos telefônicos e um computador da família de Josenilda foram examinados pelo Instituto Geral de Perícias, mas nenhuma prova foi obtida através das análises.

A DPCAMI recebeu diversas ligações anônima informando o suposto paradeiro da criança. A delegada ressalta que todas as dicas foram cuidadosamente analisadas pela equipe de investigação da delegacia especializada. A investigação ganhou apoio da DPPD e da Divisão de Investigação Criminal (DIC) de Jaraguá do Sul.

De acordo com a delegada Milena, cerca de 20 diligências foram feitas no intuito de encontrar Emili, muitas delas baseadas nas dicas dadas pela população. “Alguns mandados de busca e apreensão foram expedidos e diligências foram feitas no Paraná e em Santa Catarina. Apesar desse esforço, nenhuma delas obteve êxito”, lamenta.

Podcast: mãe fala sobre o desaparecimento de Emili

Desdobramento nos Estados Unidos

Em setembro de 2015, um investigador da Homeland Security Investigation, órgão do governo dos Estados Unidos que trabalha com desaparecidos, foi até Jaraguá do Sul pare colher o DNA da mãe de Emili.

A ideia era comparar o material genético com o de uma criança encontrada no estado de Massachusetts, porém, o resultado foi incompatível.

Milena lembra que a hipótese foi levantada por catarinenses que moravam nos Estados Unidos. “Houve contato com o Instituto Geral de Perícias para fazer uma comparação com as fotos que a gente tinha da Emili com a reconstrução feita do rosto da vítima. Mas a gente viu logo de cara, pelo tamanho da testa, por exemplo, que não era compatível”, frisa.

A última grande novidade sobre o caso foi uma progressão do rosto de Emili feita em 2016. As imagens foram produzidas pelo Núcleo Mesorregional de Perícias de Lages e mostram como seria a menina com quatro anos. Mesmo não tendo qualquer pista sobre o paradeiro dela, Milena acredita que a garota esteja viva.

Progressão mostra como Emili estaria com quatro anos | Foto Polícia Civil

“Como a gente não tem nenhuma informação que diga o contrário, como não foi encontrado nenhum corpo desde a época do desaparecimento, através das análises de DNA com o material genético da mãe, a gente mantém a esperança que ela esteja viva”, destaca Milena.

Informações sobre o paradeiro de Emili podem ser repassadas pelo telefone 181 (Disque Denúncia da Polícia Civil) ou pelo número (47) 3370-0331 (DPCAMI de Jaraguá do Sul).

 

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Claudio Costa

Jornalista pós-graduado em investigação criminal e psicologia forense, perícia criminal, marketing digital e pós-graduando em inteligência artificial.