Responsável pela crise 2015-2016, Dilma recebe prêmio Mulher Economista 2023

Divulgação/TV Brasil

Por: Pedro Leal

13/12/2023 - 12:12 - Atualizada em: 13/12/2023 - 12:45

O Conselho Federal de Economia (Cofecon) e os Conselhos Regionais de Economia (Corecons) anunciaram no último fim de semana a escolha da ex-presidente Dilma Rousseff para receber o prêmio “Mulher Economista” de 2023. Atualmente, Dilma é presidente do Banco do Brics.

Segundo comunicado do Cofecon, a escolha de Dilma “reflete o reconhecimento do seu legado e expertise no campo econômico, bem como seu papel fundamental na formulação e implementação de políticas que moldaram a trajetória econômica do Brasil”. A solenidade de entrega do prêmio será em 2024, em data ainda a ser confirmada, juntamente com a solenidade de posse da nova diretoria do Cofecon.

As informações são do Estado de São Paulo.

A premiação de Dilma foi recebida com espanto e deboche nas redes sociais – a presidência da Petista foi foi marcada por uma profunda recessão econômica, alta do desemprego e grave instabilidade política e social, que culminaram no Impeachment dela em 2016, por conta da abertura de linhas de crédito suplementar sem aprovação pelo Legislativo e pelas famigeradas “pedaladas fiscais”, quando o governo federal propositalmente atrasou repasses de recursos a bancos e às autarquias para maquiar problemas orçamentários.

Em 2015, o Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro afundou 3,5%, o pior resultado em 25 anos — entre o início daquele ano e o final de 2016, a economia sofreu oito quedas trimestrais consecutivas.

Quando surgiu e como é a eleição

O prêmio “Mulher Economista” foi lançado em 2020 pelo sistema Cofecon/Corecons e é uma iniciativa da Comissão Mulher Economista e Diversidade.

O regulamento do prêmio estabelece quatro fases para a escolha da vencedora. Primeiro, os Conselhos Regionais de Economia, os conselheiros federais e a Comissão Mulher Economista e Diversidade indicam nomes, formando uma lista prévia de candidatas. A partir dessa lista, o plenário do Cofecon escolhe dez nomes e os envia aos Corecons, que votam para formar a lista tríplice. Esses três nomes mais votados concorrem ao prêmio, que é decidido por meio de votação secreta pelo plenário do Cofecon.

Veja abaixo quem já ganhou o prêmio “Mulher Economista” do sistema Cofecon/Corecons:

Denise Lobato Gentil (2020)

Professora Associada do Instituto de Economia da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), Denise Lobato Gentil foi a primeira ganhadora do prêmio “Mulher Economista”, em 2020. Com doutorado em Economia pela UFRJ, ela realiza pesquisas na área de macroeconomia, com concentração em política fiscal, seguridade social e desenvolvimento econômico.

Esther Dweck (2021)

O prêmio “Mulher Economista” foi concedido à atual ministra da Gestão e da Inovação em Serviços Públicos, Esther Dweck, em 2021. Professora Associada do Instituto de Economia da UFRJ, ela possui doutorado em Economia pela UFRJ, com período-sanduíche na Scuola Sant’Anna, em Pisa, Itália, e já atuou no Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão, como chefe da assessoria econômica (2011-2014) e secretária de Orçamento Federal (2015-2016).

Tânia Bacelar (2022)

Professora aposentada da Universidade Federal de Pernambuco e sócia da CEPLAN Consultoria Econômica e Planejamento, Tânia Bacelar foi reconhecida pelo prêmio “Mulher Economista” em 2022. Com doutorado pela Universidade de Paris I, Pantéon-Sorbonne, foi diretora da Superintendência de Desenvolvimento do Nordeste (Sudene) e da Fundação Joaquim Nabuco (Fundaj), secretária de Planejamento e de Fazenda do Estado de Pernambuco, secretária de Planejamento do Município do Recife e secretária de Políticas de Desenvolvimento Regional do Ministério da Integração Nacional.

Ela fez parte da equipe de transição do presidente Luiz Inácio Lula da Silva em 2022. Antes da formalização do prêmio “Mulher Economista”, Tânia Bacelar foi homenageada pelo sistema Cofecon/Corecons em 2019 como “Mulher Economista Destaque” e recebeu o prêmio Personalidade Econômica do Ano 2018 das entidades.

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Pedro Leal

Analista de mercado e mestre em jornalismo (universidades de Swansea, País de Gales, e Aarhus, Dinamarca).