O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, afirmou nesta terça-feira (15) que a decisão de impor tarifas de 50% sobre a importação de produtos brasileiros foi tomada porque ele “pode fazer isso” e quer “dinheiro entrando” no país.
As informações são do portal G1.
O Brasil é o alvo mais severo do pacote de tarifas que devem entrar em vigor no dia 1º de agosto e atingem 20 países.
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“Estamos fazendo isso porque eu posso fazer. Ninguém mais seria capaz”, disse Trump no gramado da Casa Branca. “Temos tarifas em vigor porque queremos tarifas e queremos o dinheiro entrando nos EUA”, acrescentou.
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As tarifas foram anunciadas em carta endereçada ao presidente Lula (PT) na última quarta-feira (9).
No documento, Trump argumenta que irá elevar a taxa do Brasil em 50% por ter uma relação comercial “injusta” com o país; a balança comercial entre os dois países, no entanto, demonstra vantagem para os EUA – O Brasil tem registrado déficits comerciais seguidos com os EUA desde 2009, há 16 anos, com o Brasil gastando mais com importações dos EUA do que tem arrecadado com exportações para o país.
Ele também citou Jair Bolsonaro (PL) e disse ser “uma vergonha internacional” o julgamento do ex-presidente no Supremo Tribunal Federal (STF).
Nesta terça-feira, Trump também voltou a defender Bolsonaro após ser informado sobre o pedido de condenação apresentado pela Procuradoria-Geral da República (PGR).
“O presidente Bolsonaro é um bom homem. Conheci muitos primeiros-ministros, presidentes, reis e rainhas, e sei que sou muito bom nisso. O presidente Bolsonaro não é um homem desonesto. Ele ama o povo brasileiro. Ele lutou muito pelo povo brasileiro”, disse Trump. “Ele negociou acordos comerciais contra mim em nome do povo brasileiro, e foi muito duro, porque queria fazer um bom negócio para seu país. Ele não era um homem desonesto. Acredito que isso seja uma caça às bruxas e que não deveria estar acontecendo. Eu sei disso”, continuou.
Na carta, o republicano também afirmou que o Brasil não será atingido pela tarifa em 1º de agosto caso empresas brasileiras decidam “construir ou fabricar produtos dentro dos EUA”. Em caso de retaliação, ele prometeu devolver na mesma medida.
“Se por qualquer razão o senhor [presidente Lula] decidir aumentar suas tarifas, qualquer que seja o valor escolhido, ele será adicionado aos 50% que cobraremos”, declarou.