A Doença de Parkinson (DP) é considerada um distúrbio neurodegenerativo. Ela é comum e acontece normalmente após os pacientes atingirem uma idade mais avançada. Esta doença é causada pela degeneração de uma área do cérebro conhecida como “substância negra”.
De acordo com a National Parkinson Foundation dos EUA, os sintomas da DP aparecem somente depois de 60 à 80% das células produtoras de dopamina terem se degenerado. Dr Vicente Caropreso comenta que esta degeneração faz com que os pacientes tenham tremores.
“O início do quadro clínico costuma ser lento e progressivo, quase imperceptível, até ficar numa fase mais exuberante e debilitante. Uma característica típica da DP é que ela se inicia sempre em um dos lados do corpo, ou seja, é assimétrica”, completa Caropreso.
Indo além, o neurologista explica que a doença acontece quando uma proteína do cérebro chamada sinucleína sofre anomalias. Esta proteína é responsável por ajudar as células nervosas a se comunicarem e com esta anomalia a comunicação é comprometida.
Diagnóstico
Para diagnosticar a doença, vários fatores são considerados além da idade avançada. O principal é o histórico familiar, uma vez que a DP está muito associada à genética.
“Parentes em primeiro grau, de pacientes com a DP têm chances duas vezes maiores de desenvolver DP se comparado com aqueles que não têm história familiar. Este risco aumentado, provavelmente é uma combinação de fatores ambientais e fatores genéticos que familiares têm em comum”, ressalta o neurologista.
Prevenção e tratamento
Não existe nada na medicina que consiga evitar a aparição da DP. Contudo, alguns estudos apontam que lutadores de boxe, por conta dos traumas durante a vida, têm mais probabilidade de desenvolver a doença.
Além disso, existem indícios de que evitar ingerir água de poço pode ser uma forma de diminuir o risco de desenvolver a Doença de Parkinson.
Dr. Vicente Caropreso ressalta que o diagnóstico da DP não é fácil nem para os pacientes e nem para os familiares. Contudo, apesar de não existir uma cura, alguns medicamentos são eficazes para reduzir os sintomas e melhorar a qualidade de vida daqueles que sofrem com eles.
“O médico também poderá recomendar mudanças no estilo de vida do paciente. Especialmente a inclusão de exercícios aeróbios contínuos no dia a dia da pessoa doente. Em alguns casos, a fisioterapia também será necessária para melhorar o senso de equilíbrio do paciente”, completa.
Outra alternativa, apesar de menos comum, é a cirurgia. A intervenção cirúrgica também cura a doença, mas é aconselhada em casos de Parkinson muito severos.
“Na estimulação cerebral profunda (DBS), por exemplo, o cirurgião implanta estimuladores elétricos em áreas específicas do cérebro para ajudar o paciente a ter controle sobre seus movimentos”, finaliza.
Doença de Parkinson no Brasil
Esta doença degenerativa é a segunda mais comum no sistema nervoso central. Ela só fica atrás do Alzheimer. Veja os números no Brasil:
- Cerca de 1 em 250 pessoas com 40 anos ou mais;
- Cerca de 1 em 100 pessoas com 65 anos ou mais;
- Cerca de 1 em 10 pessoas com 80 anos ou mais;
- Começa, entre os 50 e os 79 anos – em média, aos 65 anos;
- Raramente ocorre em crianças ou adolescentes.
Sobre o especialista
O Dr. Vicente Caropreso (CRM-SC 3463 e RQE 618) atende no centro de Jaraguá do Sul. É médico neurologista desde 1983, voluntário da Apae de Jaraguá do Sul. É referência estadual dos Agravos Epidemiológicos Botulismo e Doença de Creutzfeld-Jacob (DCJ) e é médico honorário do Hospital e Maternidade São José.