A bactéria Helicobacter pylori é gram-negativa, possui forma espiral e contém muitos flagelos. Ela possui alta prevalência e estima-se que 50% da população mundial esteja infectada nesse momento.

De acordo com a gastroenterologista Dra. Bruna Ximenes Canfield, a bactéria é adaptável à meio ácido e por isso consegue se multiplicar e sobreviver no estômago.

“Pode atingir todas as etnias e idades e o único reservatório e fonte de transmissão são os humanos”, explica.

Quando instalada no estômago essa bactéria pode gerar inflamação (gastrite) crônica e evoluir para complicações como úlceras gástricas e duodenais, além de modificações na estrutura celular gástrica, podendo predispor à câncer gástrico.

Sintomas

Os sintomas da infecção causada pela bactéria podem variar entre epigastralgia (dor no estômago), náuseas, plenitude pós prandial (estufamento), saciedade precoce e eructações, porém, a especialista ressalta que a grande maioria dos pacientes são assintomáticos, portanto, não apresentam nenhum sintoma.

Fatores de risco

Os principais fatores de risco que predispõe ao desenvolvimento de complicações incluem fatores relacionado à bactéria (cepas mais resistentes), e fatores de imunidade do hospedeiro, além de ambientais.

Relação da bactéria ao câncer de estômago

Mesmo que a maioria da população encontra-se colonizada pela Helicobacter pylori, apenas uma pequena parte desenvolve câncer de estômago. Portanto, a bactéria pode aumentar o risco de câncer, mas não é o único fator.

Pacientes com história familiar de câncer gástrico devem se preocupar com a presença assintomática da H. pylori.

Diagnóstico

A Dra. Bruna pontua que a forma de diagnóstico mais amplamente disponível é por meio da endoscopia, exame em que, após jejum de aproximadamente oito horas, o paciente recebe um sedativo endovenoso e um aparelho de fino calibre é introduzido pela boca e prossegue até o esôfago, estômago e duodeno (início da porção intestinal).

“Nesse exame são coletadas biópsias de mucosa gástrica para posterior análise histopatológica para a visualização diagnóstica da bactéria, e alterações celulares gástricas por ela geradas”, destaca.

Tratamento

O tratamento é realizado por meio de antibióticos, com duração de aproximadamente 14 dias, seguido de exame alguns meses após o término do tratamento de controle de erradicação da bactéria.

Já a prevenção é possível por meio de boas práticas de higiene, como lavagem periódica de mãos, higienização de alimentos e instalações sanitárias adequadas.

Sobre a especialista

A Dra. Bruna Luiza Zonta Ximenes Canfield (CRM 16899 e RQE 13793) é formada em gastroenterologia e clínica geral. Ela atende na ClíniCanfield, que fica na Policlínica, no centro de Jaraguá do Sul. Atende consultas nas áreas de clínica geral e gastroenterologia, e realiza exames de Endoscopia digestiva alta. É médica formada pela Universidade do Vale do Itajaí, com residência médica nas cidades de Campina Grande do Sul e Joinville.