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Cirurgia de reconstrução de parede torácica em casos de pós-trauma ou pós-câncer

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Por: Elissandro Sutil

13/05/2020 - 06:05 - Atualizada em: 24/02/2021 - 14:51

A cirurgia de reconstrução de parede torácica, de acordo com o cirurgião torácico, Dr. Giovani Mezzalira, é indicada em casos de deformidade congênita, pós-trauma, pós-câncer, entre outras. A parede torácica é composta pela pele, subcutâneo, músculos, ossos (costela, esterno, escápula, clavícula), nervos e vasos diversos.

Ele explica que quando ocorre um trauma, derivado de acidentes por exemplo, as fraturas costais com desvio importante e em número de três ou mais são chamados de fraturas múltiplas e podem ser fixadas com diversos tipos de placas específicas para o tórax (como nas fotos ao lado). Para esses casos, na cirurgia é usado o equipamento de vídeo cirurgia e materiais desenvolvidos para as técnicas minimamente invasivas.

De acordo com Mezzalira, essas próteses podem ser usadas para mimetizar uma ou mais costelas quando é preciso retirar um bloco de costelas por invasão de tumor, por exemplo, deixando a estrutura torácica forte.

“Ainda de forma minimamente invasiva usando a técnica por vídeo cirurgia é possível deixar plano um tórax afundado (que chamamos de Péctus Excavatun) com duas incisões de 2 centímetros. Nesses casos as próteses de titânio vieram para facilitar o manejo destas lesões.”

Mezzalira conta que há uma semana participou do Congresso Mundial da CWIS (Sociedade Mundial de Lesões na Parede Torácica) no formato online, por causa da Covid-19, e as diretrizes passadas para o tratamento do trauma foi o grande foco do congresso neste ano.

“Tive a oportunidade de enviar para o CWIS dois trabalhos realizados no Hospital São José, em Jaraguá do Sul, com os residentes de cirurgia para serem apresentados. É muito gratificante saber que a partir da primeira cirurgia do Estado realizada por mim em 2016, permanecemos atualmente aperfeiçoando e mudando o modo de tratar as fraturas de costelas”, conta.

Ele também ressaltou que não acredita que, hoje em dia, tórax deformados sejam deixados cicatrizar de forma torta. “Já está provado que diversos benefícios acontecem para o paciente quando as costelas são fixadas, como o alívio da dor, alta da UTI precocemente, alta hospitalar antecipada, retorno às atividades normais com mais brevidade e ausência de dor crônica, comparado as fraturas deixadas para cicatrizar de forma espontânea”.

Recentemente, o cirurgião operou duas pacientes com a lesão maligna na região anterior do tórax, uma com 82 anos e outra com 36 anos. Ele explica que foram cirurgias semelhantes e foi necessário retirar metade do esterno e parte das costelas do lado direto.

“A reconstrução foi feita com próteses de titânio usando uma técnica de mamoplastia reversa, onde a incisão ficou escondida embaixo do seio, ambas tiveram alta após cinco dias e estão hoje fazendo as atividades diárias normais”, comemora (representação nas imagens abaixo).

No mês de abril, outros dois pacientes com um trauma semelhante também foram operados. Uma queda de moto sobre o ombro esquerdo, com fraturas de clavícula, escápula e mais de quatro arcos costais, conforme as imagens abaixo.

“Foi realizado o protocolo de atendimento preconizado pela CWIS, que em menos de 72 horas fixamos a clavícula, os arcos costais e tratamos as lesões internas com vídeo toracoscopia. Desta forma impedimos complicações como pneumonias, falência respiratória e melhoramos a qualidade de vida dos pacientes”, finaliza.

Sobre o especialista

O Dr. Giovani W. Mezzalira (CRM-SC 8611) atende na Clínica Toracopulmonar em Jaraguá do Sul. É formado em medicina pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul, onde também se especializou em cirurgia geral. É cirurgião torácico, especializado pelo Hospital Universitário Evangélico de Curitiba e mestre em cirurgia torácica pela PUC – PR.

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Elissandro Sutil

Jornalista e redator no OCP