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Catarata é mais comum a partir dos 50 anos; saiba qual é o tratamento

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Por: Elissandro Sutil

10/09/2020 - 06:09 - Atualizada em: 10/09/2020 - 09:58

Catarata é o nome dado para qualquer perda de transparência da lente do olho que atrapalhe a entrada de luz e formação da imagem que vemos. A alteração pode variar de diminuição imperceptível da visão até cegueira completa.

O cristalino é uma lente transparente presente no olho desde o nascimento e que fica atrás da íris colorida e da pupila preta. Não é perceptível a olho nu por estar dentro do olho, mas é facilmente identificada no exame oftalmológico.

Causas e fatores de risco

De acordo com o oftalmologista e retinólogo, Dr. Marcos Martins, a catarata é causada por alterações bioquímicas das moléculas do cristalino. Com o envelhecimento as proteínas do cristalino degeneram e perdem a transparência natural.

“Esse processo também pode estar associado a alterações metabólicas que ocorrem em doenças sistêmicas, oculares, tabagismo, secundária ao uso de medicamentos (corticoides), trauma ocular e cirurgia ocular prévia”, explica.

Além disso, existe a predisposição genética para formação da catarata, podendo aparecer em idade mais precoce.

A partir dos cinquenta anos pode surgir de forma natural e nesses casos, não é considerada uma doença, mas um processo normal do envelhecimento.

Já a catarata congênita é uma situação rara. É quando o recém-nascido apresenta catarata em um ou nos dois olhos que pode ser secundária à alterações genéticas, infecciosas ou metabólicas. Essa situação necessita de correção cirúrgica rápida para permitir o desenvolvimento adequado da visão.

Nos jovens, a causa mais comum é o trauma ocular e, na idade adulta, são as doenças sistêmicas, principalmente o diabetes e as doenças inflamatórias.

Após os 70 anos de idade praticamente metade da população apresenta catarata. Segundo a Organização Mundial da Saúde, a incidência anual é estimada em 0,3% ao ano. Isso representaria, no Brasil, cerca de 550 mil novos casos por ano.

Sintomas

O principal sintoma é a piora da visão. Inicialmente o paciente pode perceber um leve embaçamento ou halo em volta das luzes. Geralmente há uma piora da miopia com redução da visão em baixo contraste e baixa luminosidade, principalmente para longe, comparativamente à visão para perto.

Pode queixar também aumento da sensibilidade à luz, espalhamento dos reflexos ao redor das luzes e percepção que as cores estão desbotadas. Com o avançar do processo de pacificação da lente natural, a visão vai se deteriorando.

Dr. Marcos salienta que é muito comum a diminuição do grau do óculos com o avançar do processo da catarata, pois da mesma forma que a lente vai se opacificando, ela aumenta de tamanho e, muitas vezes, proporcionando uma melhora da visão sem óculos nos estágios iniciais e intermediários.

“Esse é o momento limite para uma cirurgia com segurança, pois na fase avançada da catarata, o cristalino se enrijece, tornando a aspiração mais traumática para o olho”, pondera.

Foto Matheus Wittkowski

Tratamento e cuidados

A presença da catarata avançada, perceptível por uma massa branca na região da pupila, além de causar prejuízo visual, pode propiciar algumas formas de glaucoma que causam dores intensas nos olhos e cegueira irreversível.

Ela pode ser curada com a cirurgia, que é a mais realizada pela oftalmologia e uma das cirurgias que mais evoluíram e se beneficiaram pelas novas tecnologias e da miniaturização dos instrumentos cirúrgicos.

Nos últimos 30 anos, avançou de uma cirurgia manual com anestesia geral com corte grande no olho e baixo resultado visão para uma microcirurgia sem pontos com apoio computacional durante o ato cirúrgico e implante de lente intraocular, que permite, em muitos casos, a aposentadoria dos óculos.

“É um procedimento indolor, com duração aproximada de 15 a 20 minutos, sem necessidade de hospitalização, pois o paciente volta para casa logo após o procedimento. Em muitos casos o paciente sai de uma situação de visão ruim para a independência do uso de óculos”, destaca.

Sobre o especialista

O Dr. Marcos Martins (CRM 19639 e RQE 11168) atende no Centro Oftalmológico Jaraguá, e faz parte do corpo clínico do Hospital Maternidade Jaraguá. É oftalmologista retinólogo formado pela Universidade Federal de Juiz de Fora, e residência médica de Oftalmologia pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG – 2008).

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Elissandro Sutil

Jornalista e redator no OCP