Ansiedade é uma doença que se tornou comum nos últimos anos, se você não tem, provavelmente conhece alguém que sim. Em 2018, o Brasil era o primeiro país no ranking da ansiedade segundo a OMS.
Ela faz com que a pessoa esteja no estado permanente de tensão e preocupação, mesmo em situações desnecessárias. Pode surgir por diversas causas, predisposição genética e fatores como experiências de vida ou problemas repetidos no cotidiano.
Preocupações com horários, filhos, trabalho, compromissos, futuro, e até situações como receber pessoas em casa, viagens de férias, organizar festas de aniversário. A sensação é de que sempre alguma coisa pode dar errado!
A psiquiatra Dra. Andrea Galastri, afirma que, quem tem ansiedade a tendência é sempre imaginar o pior primeiro e reagir de acordo com este pensamento.
“A pessoa se sente sempre angustiada com alguma situação, em maior ou menor grau e muitas vezes acaba influenciando pessoas ao redor e atrapalhando relacionamentos, privando-se de coisas que seriam boas por medo ou excesso de precaução”, explica.
Medo de doenças, problemas financeiros, desavenças na família geram nas pessoas ansiosas estados físicos e emocionais incompatíveis com a resolução dos problemas.
Dra. Andrea destaca que, muitas vezes pessoas ansiosas são percebidas como tendo personalidade difícil e acabam não procurando tratamento, acumulando mágoas e ressentimentos ao longo da vida. Elas podem desenvolver ou agravar doenças prévias, como enxaqueca, pressão alta e gastrite.
A ansiedade e preocupações normais do indivíduo são o que impulsionam o ser humano para frente, tiram do comodismo e fazem com que se busque soluções. O desconforto leva o ser humano a produzir comodidades e facilitar sua vida. Se existe risco em dirigir, o ser humano desenvolve carros com melhor tecnologia e segurança. A preocupação gera solução. Já o indivíduo ansioso cede aos medos e paralisa. Se tem medo de dirigir, não dirige.
Sintomas
Segundo a especialista, a ansiedade gera sintomas emocionais de angústia, medo, pensamentos pessimistas repetitivos, e também gera sintomas físicos diversos. Tensão muscular, dores em qualquer parte do corpo, especialmente de cabeça, no peito ou no estômago.
Tremores, tontura, suor, sensação de coração e corpo acelerado, formigamento e visão embaçada estão entre os sintomas físicos possíveis.
Irritabilidade, impaciência, imediatismo e insônia também são sintomas comuns. Alguns indivíduos ansiosos podem ser mais irritados e agressivos, outros mais preocupados e lamuriosos. Ansiedade compromete muito a capacidade de foco e concentração, atrapalhando estudos, trabalho e deveres.
“Não se deve confundir preocupação natural com situações reais de vida com a doença ansiedade. O que diferencia é que na doença as preocupações acontecem até por coisas mínimas ou banais e são persistentes e paralisantes”, ressalta Andrea.
Tratamento
Após o diagnóstico que é clínico e baseado no relato e sintomas, o tratamento envolve medicações que controlam os sintomas e psicoterapia. Situações especiais podem levar a ansiedade coletiva, como a questão da pandemia do coronavírus (Covid-19).
Segundo a psiquiatra houve aumento do número de casos de ansiedade, por diversas razões.
“Alguns pacientes preocupados com a doença em si, com a própria saúde e de pessoas amadas. Uma grande parte tem sentido dificuldade com o isolamento e as adaptações necessárias para conter a pandemia. Há também uma grande parcela de pessoas muito preocupada com a questão financeira e com o futuro dos negócios e empregos”, explica.
A dica da especialista é ter em mente que essa é uma situação passageira e buscar formas de adaptar a vida e os negócios à situação pode ajudar no controle das emoções. “Para quem precisa ficar em casa e não pode estar com amigos e parentes, manter uma rotina de vida saudável e buscar ocupações pode ajudar a passar por este período” finaliza.
Sobre a especialista
A psiquiatra Dra. Andréa Cristina Galastri (CRM 10561 e RQE 5122) atende na rua Amazonas, 227, no centro de Jaraguá do Sul. Informações pelo (47) 3371-7284.