Por Natália Trentini
Quatro leões-angolanos são os novos habitantes do Zoológico de Pomerode. Os felinos chegaram à cidade vizinha na sexta-feira da semana passada, após uma longa jornada aérea e por terra. Foram mais de dez horas de Lisboa até o Aeroporto Internacional de Guarulhos e, depois das liberações dos órgãos competentes, os leões pegaram a estrada rumo ao novo abrigo.
Após o primeiro contato com o local, o diretor-executivo do Zoo, Mauricio Bruns, afirma que eles estão bem ambientados. Os animais são de uma subespécie ameaçada de extinção. Em todo o mundo, existem apenas 74 leões-angolanos em cativeiro, uma situação considerada vulnerável. “Quando se tem dois mil indivíduos, o animal entra na lista de ameaçados. É preciso ter uma quantidade em cativeiro para começar a devolução à natureza, o que requer acompanhamento. O animal precisa ser preparado para isso”, comenta Bruns.
Na natureza, um leão vive em média 15 anos, enquanto em cativeiro, com uma tabela nutricional específica e acompanhamento veterinário, pode chegar aos 36. Tempo extra que contribui para a continuidade da subespécie. Com os novos habitantes, o Zoo entra em uma frente global de conservação. Foram dois anos de um criterioso processo até que um comitê internacional autorizasse a vinda deles para Pomerode.
Os próximos passos dependem das decisões desse comitê, mas a expectativa é de que o zoológico possa receber uma fêmea para a reprodução. “Como historicamente somos destaque nacional e internacional na reprodução de grandes felinos, fomos escolhidos”, destaca o diretor. Assim como todas as despesas do zoológico, os leões serão mantidos com os recursos da bilheteria.