Vizinho critica roupa de moradora do condomínio e caso vai parar na polícia

Ana Paula Benatti/Arquivo Pessoal.

Por: Isabelle Stringari Ribeiro

12/05/2021 - 09:05 - Atualizada em: 12/05/2021 - 09:25

Ana Paula Benatti, de 22 anos, foi surpreendia com uma carta anônima deixada embaixo da porta do apartamento onde mora, em Maringá.

O conteúdo da carta era uma crítica sobre as roupas que a jovem usava, cobrando “pudor e decência de usar roupas adequadas nas dependências do condomínio”.

“A senhora não está tendo o respeito usando roupas vulgar (sic). Não sei de onde veio, mas aqui mora gente de família. Então, por favor, dá-se o respeito porque eu como homem e pai de família, fiquei com vergonha de estar com minha filha e a senhora quase nua lá fora. (…) Aqui não é zona. Respeite as famílias desse lugar”, dizia a carta recebida por Ana Paula.

Foto: Facebook/Arquivo Pessoal

 

A jovem compartilhou o ocorrido na internet e disse que ficou muito indignada e constrangida. Ela também registrou um boletim de ocorrência na Polícia Civil, na intenção de descobrir o autor da carta.

“Eu não esperava que iria ler algo tão absurdo. Quando eu comecei a ler, no momento eu senti náuseas. Fiquei indignada. Não queria acreditar no que estava lendo. Foi um absurdo total e me julgou sem me conhecer”, disse a jovem.

Comprimento da roupa teria motivado a carta?

Ana Paula diz que não sabe qual roupa o vizinho julgou como “vulgar”, mas acredita que tenha sido julgada por ter usado short e blusa nas dependências do condomínio.

“Se a intenção da pessoa buscava fazer eu desistir de morar no condomínio, conseguiu tirar minha paz somente naquele dia. Continuo indignada, mas quem me fez o mal foi ela. Independentemente do que eu vestir, deve ser respeitado. Estava com shortinho e blusinha, só isso”, disse a jovem.

De acordo com a jovem, o condomínio prometeu buscar identificar o morador que escreveu a carta anônima por meio das câmeras de segurança nas áreas comuns do prédio. Porém, não existem imagens internas dos blocos dos apartamentos.

“As mulheres não devem se calar por motivo algum. Nós somos livres para usarmos o que a gente quiser e não algo para agradar alguém que acha isso errado”, declarou a jovem, que contratou um advogado para acompanhá-la no processo. “Vou levar o caso até onde eu conseguir, até o final”, completa

Notícias no celular

Whatsapp

Isabelle Stringari Ribeiro

Jornalista de entretenimento e cotidiano, formada pela Universidade Regional de Blumenau (FURB).