Atualmente 43,7 mil brasileiros estão à espera de um doador de órgãos, e apesar do país ser o quarto do mundo em número absoluto de transplantes, o número de procedimentos pena em atender a fila.
Desde o começo do ano, foram 4,7 mil transplantes, pouco mais de um décimo da fila de espera, que segue crescente.
As informações são do portal G1.
A maior demanda é pelo transplante de rim: são 40.446 pessoas. Em seguida vem o fígado, com 2.297 e o coração, com 404.
A fila de espera é gerida pelo Sistema Único de Saúde (SUS) e é única — incluindo pacientes da rede pública e privada. A ordem é cronológica, mas também leva em conta o estado de saúde do paciente.
No último ano, o país bateu recorde no número de pessoas doadoras de órgãos. No entanto, de cada 14 pessoas aptas a doar, apenas duas se tornaram doadoras de fato.
No Brasil, ainda que a pessoa se declare doadora, o que pode ser feito no RG ou por um certificado online, é a família que tem a palavra final.
Quem pode doar?
Apenas pessoas que tiveram morte cerebral (encefálica) podem doar órgãos sólidos. Já a córnea pode ser doada por qualquer pessoa, independentemente de como foi a morte. Nesse caso, o coração não precisa estar batendo. Para doar a medula, por outro lado, o doador precisa estar vivo.
A pessoa também pode ser doadora após a morte mesmo que tenha tido doenças como diabetes, hipertensão, doença de Chagas e hepatites B e C. Nesses casos, a saúde do órgão é avaliada antes de a doação ser feita (como acontece quando o paciente falecido não tinha essas doenças).
Quais órgãos podem ser doados?
- Coração
- Fígado (pode ser doado em vida)
- Intestino
- Pâncreas
- Pulmão
- Rim (pode ser doado em vida)
- Córnea (tecido)
- Multivisceral (estômago, intestino e outros órgãos são retirados em um único bloco)
- Medula* (*só pode ser doada em vida; procedimento é de baixo risco)
Cada órgão tem um tempo máximo diferente para ser retirado e doado a um receptor: esse tempo é chamado de tempo de isquemia fria. Para coração e pulmão, por exemplo, o prazo é de 6 a 8 horas. Para o fígado, de até 12 horas. Para o rim, 24 horas.