Tombamento do Rio da Luz motiva debate acadêmico

Por: OCP News Jaraguá do Sul

30/03/2016 - 04:03 - Atualizada em: 31/03/2016 - 09:44

O processo de tombamento da localidade Rio da Luz será alvo de um debate promovido pela Católica de Santa Catarina, em Jaraguá do Sul. Na edição do projeto Pensando em Movimento, que acontece amanhã, serão analisadas as ações de proteção do patrimônio cultural e os efeitos para os moradores.

“Queremos chamar a atenção para que não se deixe a área abandonada. Que se trabalhe o tombamento como um privilégio. Foi o primeiro local do Brasil a ter a chancela de Paisagem Cultural, mas as pessoas do bairro ainda não sabem o que isso significa”, destaca o bacharel em Direito, Jackson Kalfels, autor de monografia que trata o tema.

A modalidade de tombamento aplicada pelo Iphan (Instituto de Patrimônio Histórico e Artístico Nacional) em 2007 ao Rio da Luz foi inédita e se baseou em um conceito desenvolvido pela Unesco. Mas só em 2013 foram publicadas diretrizes para as intervenções na área, o que gerou incertezas na população.

Segundo a professora da universidade Luiza Christmann, o trabalho avaliou que o processo de tombamento excluiu a participação comunitária, algo que é estabelecido pela Constituição Federal. “A preocupação é como ficará a comunidade. Precisamos levar a preocupação com a preservação e pensar em alternativas”, afirma. Kalfels foi morador do Rio da Luz e afirma que começou o projeto contrário ao tombamento, mas percebeu o potencial. Desconhecer a importância da proteção histórica e cultural, acredita ele, é um dos fatores que ainda distancia a comunidade desse reconhecimento. “De fato o bairro está economicamente fechado, houve êxodo, fecharam comércios. Acho que podemos trabalhar para que o município volte os olhos e faça algo que agregue, tendo como exemplo Pomerode”, acredita o acadêmico.