O pequeno garoto que observava as irmãs dançando criou gosto pela arte e agora vive dela. Curioso pelos passos de dança desde a infância, o jaraguaense, que na verdade nasceu em Pomerode, mas não chegou a morar lá, Lucas Roque, 23 anos, segue trilhando caminho internacional e levando Jaraguá do Sul em cada um dos seus passos, inclusive no coração, pois a família continua por aqui.
Bailarino de dança contemporânea, Roque realizou suas primeiras coreografias ainda garoto. Estudou na Escola do Teatro Bolshoi no Brasil, em Joinville, seguiu para um grupo curitibano e hoje faz aulas na Cia Nacional de Malta, a ZfinMalta, na República Malta. Ele conta que seu envolvimento com a dança começou quando assistia às coreografias das irmãs, tanto em apresentações na garagem de casa, quanto no Jaraguá em Dança. Ele cultivou sentimentos pela arte e decidiu experimentar. “Sempre quis dançar. Meu sonho era dançar no palco”, revela.

A primeira aula, ele não esquece. Foi na segunda série com a professora de educação física, Beth Borba, a “Tia Beth”. Quando tinha 14 anos, decidiu fazer aulas com o coreógrafo Wald Oliveira, a quem admira muito. “Ele é um excelente professor, que me ensinou muito mais do que só dançar. É um ser muito inspirador”, enfatiza. Depois teve aulas na Scar com o professor Egberto Saurini e decidiu que queria “dançar para valer”.
Contando com o apoio da família, principalmente da mãe, participou de uma audição da Escola do Teatro Bolshoi no Brasil, onde estudou por dois anos. Em 2009 foi para escola de dança do Teatro Guaíra e um ano mais tarde, com 17, se tornou estagiário de sua companhia de dança. “Depois de um ano recebi meu contrato como bailarino efetivo da companhia e o circo pegou fogo”, brinca. Passou por São Paulo, Rio de Janeiro, Belo Horizonte, e ainda arranjou tempo para ser cozinheiro em restaurante conceitual paulista. “Agora estou em Malta, quero explorar outros cantos do mundo, aprender mais, me preencher de sentimentos e experiências para poder transformar tudo em dança”, diz.

Sempre que pode, ela volta para Jaraguá do Sul para visitar a família e projeta, quem sabe, no futuro fazer algo perto dos familiares. “Primeiro quero aprender mais sobre viver um dia de cada vez na paz, mas também quero arranjar alguma forma de compartilhar tudo o que a dança me der com quem estiver com a mente aberta e disponível. Pode ser uma companhia, uma escola ou um grupo. Não sei se em Jaraguá, mas cada vez mais penso em como gostaria de estar perto da família daqui uns anos”, diz.
Para Roque, a dança desempenha um papel essencial. As dores físicas até preocupam, mas a liberdade do corpo, mente, sensações que experimenta e a quebra da rotina, alimentam ainda mais o gosto pelo gênero. “Sem a dança acho que eu não poderia ter momentos felizes como os que tenho. Não sei se sem a dança eu teria conhecido tantos valores”, reforça.
Programação para a data em Jaraguá
O Dia Internacional da Dança não passará em branco em Jaraguá do Sul. Além das apresentações da II Mostra Jaraguaense de Dança, a partir das 9h30 de hoje (29), 18 grupos sobem no anfiteatro localizado no anfiteatro, localizado ao lado da Fundação, para uma série de apresentações gratuitas. Outro evento que também marca a data é a apresentação do espetáculo “Detalhes”, da Dançar A2 Escola de Dança, no sábado (30), às 20 horas, na Scar. Os ingressos para essa apresentação estão à venda na própria Scar e custam R$ 20 e R$ 10.