Servidores públicos de Jaraguá do Sul votam a favor da greve

Fotos: Eduardo Montecino/OCP Online

Por: OCP News Jaraguá do Sul

29/03/2016 - 13:03 - Atualizada em: 29/03/2016 - 14:32

Em assembleia realizada na manhã de hoje em frente à Prefeitura, os servidores públicos de Jaraguá do Sul votaram a favor da greve, que será deflagrada a partir de quinta-feira. O ato que reuniu mais de mil pessoas, segundo informações do Sinsep (Sindicato dos Servidores Públicos de Jaraguá e Região), teve como objetivo pressionar o poder público no andamento das negociações a respeito do reajuste salarial dos servidores. A paralisação está prevista para começar na quinta-feira, ao meio dia, dentro do prazo de 48 horas exigido pela legislação após oficialização do ato. No caso dos servidores ligados aos serviços de saúde e água e esgoto, o prazo passa a ser 72 horas, tendo autorização legal para se juntar à greve somente na sexta-feira.

Diante de gritos inflamados de “inflação ou greve”, os servidores optaram pela paralisação após declaração do presidente do Sinsep, Luiz Cezar Schörner, de que não houve avanço nas negociações com a Prefeitura. Os servidores pedem reajuste em torno de 10%, representando a reposição da inflação, mais 3% de aumento real, além da ampliação do auxílio refeição. “Conversamos por quase uma hora e meia hoje de manhã e o prefeito diz que ainda não tem condições de apresentar uma proposta em virtude da questão da queda na arrecadação, folha muito alta, enfim. Ainda vamos sentar com eles hoje e amanhã para que se construa uma proposta, mas se não houver avanço a greve já está decretada”, afirmou Schörner.

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De acordo com o secretário da Fazenda, Ademar Possamai, atualmente um reajuste de 11% representaria um acréscimo de mais de R$ 30 milhões nas contas da Prefeitura, o que geraria um rombo de R$ 60 milhões no final do ano. “Nós precisamos fazer uma conta de responsabilidade. Nossa folha gira em torno de R$ 300 milhões por ano, o que nos faz ter dois problemas, que é o comprometimento da receita acima do que manda a lei de responsabilidade fiscal e o comprometimento do orçamento”, destaca o secretário.

A folha de pagamento representa hoje 51,77% do orçamento da Prefeitura, o que está acima do limite prudencial de 51,30% apontado pela lei de responsabilidade e próximo ao limite máximo, que é de 54%. “Estamos estudando fazer uma proposta que condicione o aumento ao crescimento da receita, esperamos ter condições de avançar neste sentido”, comenta Possamai. Na tarde de hoje deve ocorrer mais uma rodada de negociações entre o sindicato, o secretário Possamai e o prefeito Dieter Janssen para estudar as alternativas e possíveis propostas do poder público.

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