Quarentena pode ter contribuído para aparecimento de animais silvestres em Jaraguá do Sul

Tatu foi encontrado em uma residência no bairro Ilha da Figueira, mas não resistiu aos ferimentos feitos por outro animal e morreu | Foto: Arquivo Pessoal/OCP News

Por: Claudio Costa

28/04/2020 - 19:04 - Atualizada em: 29/04/2020 - 09:35

Ao que tudo indica, os animais das matas que circundam o Jaraguá do Sul aproveitaram a quarentena do novo coronavírus (covid-19) para circular em locais antes exclusivos dos seres humanos. Depois do cervo capturado no bairro Amizade e do tamanduá-Mirim no Jaraguá Esquerdo, foi a vez de um tatu-galinha (nome científico Dasypus novemcinctus) e de duas serpentes visitarem os moradores da cidade.

A exemplo do cervo, o tatu resgatado pelos bombeiros voluntários no domingo (26), em uma área residencial da Ilha da Figueira, não sobreviveu aos ferimentos provavelmente causados por outro animal. Já no Centro, os funcionários de uma loja na rua Reinoldo Rau, no Centro, foram surpreendidos com a presença de uma serpente em um dos banheiros do estabelecimento, na tarde desta segunda-feira (27).

A equipe da Fujama (Fundação Jaraguaense do Meio Ambiente) foi até o local e constatou que se tratava de uma boipeva (Xenodon neuwiedi), uma espécie inofensiva. “Até pela coloração o pessoal confunde com a Jararaca”, explicou o biólogo Christian Raboch, que fez o resgate e depois deu informações sobre a espécie aos funcionários da loja.

Já na manhã desta terça-feira, no bairro Nova Brasília, foi a vez de uma cobra da espécie Dormideira (Dipsas neuwiedi) aparecer numa residência. Também conhecida como papa-lesma, esta serpente também não é venenosa. As duas serpentes foram devolvidas à natureza.

Neste ano, até o momento, já foram resgatados em Jaraguá do Sul 97 animais silvestres entre aves, répteis e mamíferos. Para Raboch, o afastamento social por conta da quarentena do coronavírus contribui para o aumento de ocorrências de espécimes da fauna local em áreas urbanas.

“Com certeza, isso é um fato. Com menos circulação em áreas urbanas. O recente resgate do cervo evidencia isso. Os cervos são animais ariscos e dificilmente chegam perto dos seres humanos. Com menos circulação em áreas próximas à mata, os animais tendem a se sentir mais a vontade e andam mais facilmente por aí”, observou o biólogo da Fujama.

Desde 2017, o trabalho de resgate é feito por técnicos da Fujama em parceria com o Corpo de Bombeiros Voluntários de Jaraguá do Sul. A solicitação é feita através dos telelefones (47) 3273-8008 da Fujama – de segunda a sexta, das 7h30 às 17 horas – e 0800-6420156 (ligação gratuita) da Ouvidoria da Prefeitura. Nos fins de semana e feriados, esta solicitação é feita pelo número 193 dos bombeiros voluntários.

 

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