Os três primeiros meses do ano registraram uma queda de 42% na quantidade de material enviado à reciclagem em Jaraguá do Sul, desde que a distribuição dos sacos verdes, que era realizada pelo Programa Recicla Jaraguá, foi cortada em dezembro do ano passado. A queda ainda pode estar aliada à crise econômica, que pode estar diretamente ligada à redução do consumo. Em janeiro deste ano foram recolhidas 446,6 toneladas de material reciclável, e em fevereiro, 411,5. A expectativa era que o número em março fosse mantido, mas diminuiu ainda mais: foram 367 toneladas. Em dezembro de 2015, quando o saco verde ainda era distribuído, foram 635,6 toneladas. Uma queda de 42,2% em três meses. Agora, a Fujama (Fundação Jaraguaense do Meio Ambiente) busca parcerias com entidades para retomar a distribuição de sacolas à população, paralelamente ao desafio de conscientizar os moradores sobre a necessidade de separar o descarte orgânico do reciclado. Desde que foi implantado, em setembro de 2013, o Recicla Jaraguá destinou em média 1 milhão de sacos verdes por ano, com investimento anual de cerca de R$ 600 mil. Hoje são 11 entidades de recicladores cadastradas, sendo cinco regularizadas. Na semana passada, o presidente da Fujama, Leocádio Neves e Silva, reuniu representantes das cinco entidades regularizadas para buscar alternativas para potencializar o projeto. Uma das propostas é que as entidades regularizadas se unam e destinem parte da matéria-prima às indústrias de transformação em troca de sacos verdes. A Prefeitura continuaria com a logística do recolhimento desse material e entrega nos galpões de reciclagem. A segunda alternativa é mobilizar os lojistas, para que o comércio passe a adotar sacolas verdes. “Tivemos uma reunião com a CDL (Câmara de Dirigentes Lojistas) e prometeram avaliar a proposta. É uma alternativa, que não aumenta a despesa deles e torna um investimento em marketing ambiental”. A ideia é criar um selo para identificar “o lojista amigo do meio ambiente”. O presidente da CDL de Jaraguá do Sul, Marcelo Nasato, diz que inicialmente a intenção é contatar os supermercadistas para depois ampliar aos demais segmentos. “É uma questão de trabalhar com as distribuidoras de sacolas e também de conscientização dos próprios lojistas”, reconhece. O representante da Cooperativa de Recicladores Jaraguaenses JVS, Adilson Dalcanale, entende que também “falta um pouco de consciência da população em separar o lixo”.