Em tempos de debate instantâneo proporcionado pelas redes sociais, o secretário de Estado da Saúde, Vicente Caropreso (PSDB), foi vítima de sua própria fala. Enquanto concedia entrevista coletiva na manhã desta quinta-feira (16), para falar sobre a publicação na internet da lista de espera de pacientes do SUS, Caropreso foi questionado por um repórter sobre a interrupção das mamografias e de exames de raio-X no Hospital de Lages, desde o fim de outubro, quando um equipamento que digitaliza imagens estragou.
Foi então que Caropreso disse: “Mamografia não é urgência. Alguns outros exames, às vezes, são, como tomografia. Nós vamos priorizar sempre os aparelhos que forem realizar exames de mais urgência, mas não deixa de ser preocupação para nós”. A declaração viralizou na internet. Na visão médica, realmente, mamografia não é mesmo urgência. É um exame preventivo. Mas é preciso lembrar que tudo que se trata de saúde é urgente para quem precisa.
Questionado pela coluna sobre a repercussão do caso, que lhe rendeu dezenas de críticas, o secretário ressaltou a importância do exame. Disse que foi mal interpretado e ressaltou que a partir de agora os aparelhos de exames serão terceirizados para driblar a burocracia quando problemas do tipo acontecem.
Confira, abaixo, a nota enviada pela assessoria do tucano:
“Sobre a matéria exibida nessa quarta-feira pelo Programa Bom Dia Santa Catarina afirmo que a mamografia é um exame extremamente útil e importante. Durante a entrevista feita na Secretaria de Estado da Saúde, quando houve coletiva para falarmos da publicização das listas do SUS, quis dizer que em outros hospitais da SES temos tantos outros graves problemas que, infelizmente, por questões exclusivamente financeiras, exames de maior complexidade acabam sendo muito mais urgentes para situações de risco de vida, como as tomografias, por exemplo.
Considero que as mamografias são fundamentais para a prevenção da saúde da mulher e afirmo isso como médico e, inclusive, como deputado estadual, pois requeri e realizei duas audiências públicas na Alesc sobre esse assunto. Na mesma entrevista, falei que o problema do mamógrafo de Lages é o mesmo que o de vários outros aparelhos da rede de hospitais da SES. E que daqui para frente iremos terceirizar todos os aparelhos da SES para evitar longos períodos sem uso pela absurda burocracia exigida por lei, para reforma ou conserto dos mesmos.”