Outubro Rosa: a força de uma guerreira que venceu o câncer de mama aos 70 anos

Foto Giulia Venutti/OCP News Vale

Por: Giulia Venutti

31/10/2019 - 17:10 - Atualizada em: 31/10/2019 - 17:57

Nascemos, crescemos e morremos. Durante todas as fases de nossas vidas, sabemos que encontraremos desafios e barreiras para vencer. Uma prova difícil na escola, uma matéria complicada na faculdade, a procura pelo emprego ideal, a vontade de encontrar alguém para formar uma família. Entre tantos obstáculos, jamais imaginamos que certos problemas podem vir a fazer parte da vida, mesmo depois de tantos anos.

Foi dessa forma que Carmen Schemrich se viu aos 70 anos. Anualmente, ela faz os exames necessários de prevenção ao câncer de mama e sempre teve como resultado a resposta negativa. Entretanto, mesmo realizando o exame em abril de 2016, as coisas resolveram virar de cabeça para baixo depois de sete meses.

Foto Giulia Venutti/OCP News Vale

Em novembro daquele ano, Carmen notou uma fisionomia diferente em seu seio esquerdo. Preocupada com o que poderia ser, refez todos os exames diagnósticos. E eis que com os resultados em mãos, precisou ouvir da boca de seu médico algo que nunca esperou: sim, ela estava com um câncer de mama gravíssimo.

Sem ter a chance de passar por todo o tratamento necessário, um mês depois ela já estava ali, deitada na maca do hospital fazendo a retirada da mama. O processo acabou sendo tão rápido que Carmen não teve tempo para compreender tudo. Mas, em meio ao choque, ela resolveu se apegar na fé.

“Quando recebi a notícia, meu mundo desabou. Cheguei a dizer para meu marido ir embora, viver a vida dele com outra mulher, pois só queria estar ali, no meu casulo. Mas mesmo assim ele não me abandonou, ficou ali, sempre comigo. Me peguei muito em Deus, e só sabia dizer que sim, eu estava viva”, comenta, emocionada.

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Ao cumprir todas as etapas de retirada da mama, Carmen chegou a receber visita dos seus 12 irmãos, quando um deles questionou como ela havia conseguido passar por tudo isso de cabeça erguida. A resposta veio na hora, de forma direta: “Deus existe. Olhe para o céu, para o verde, para o ar que respiramos. É ele quem me dá forças para continuar”, explicou, na ocasião.

Por um lado, Carmen agradece por não precisar passar por todo o tratamento de quimioterapia e radioterapia. “Hoje, vejo isso com bons olhos, pois quem passa por isso acaba ficando muito debilitada, passa por todo o processo da queda de cabelo”, relata.

 

 

Em setembro de 2017, o caminho de Carmen enfim cruzou com o da Rede Feminina de Combate ao Câncer de Blumenau, por meio da indicação de uma amiga. “Quando ela comentou para mim, disse que seria o lugar perfeito para ajudar o meu braço a melhorar, além de ajudar e muito com a minha autoestima, e foi ali que me encontrei. Passei a frequentar e estou até hoje. Dificilmente falto, apenas se tenho consulta”, destaca.

Foto Giulia Venutti/OCP News Vale

Para ela, o local se tornou especial não apenas pelo atendimento prestado, mas também pela energia e pelas voluntárias. Uma junção única que faz do ambiente a sua segunda família! Às vezes, o problema pode aparecer assim, rápido, de surpresa. Mas se Carmen tem certeza de algo, é que Deus sempre envia anjos (de rosa) para cuidar de nós quando mais precisamos! Afinal, nunca estamos sozinhos.

Conheça o trabalho realizado pelo setor da Mastec

Criado há 26 anos, o setor da Mastec da Rede Feminina de Combate ao Câncer de Blumenau iniciou com apenas duas pacientes, e hoje beneficia aproximadamente 225 mulheres assistidas, com o auxílio de 42 voluntárias. É neste local onde a paciente submetida à cirurgia de retirada total, parcial ou de linfonodos encontra todo o apoio que necessita.

Foto Giulia Venutti/OCP News Vale

O espaço possui psicólogas, nutricionistas, assistente social, fisioterapeuta, massoterapeuta, professora de dança e personal trainer. E a melhor parte? Todos os serviços são gratuitos! Primeiro, a paciente passa por uma avaliação com a fisioterapeuta, tendo que apresentar os documentos, diagnóstico, material de cirurgia e exames. Depois, a paciente é encaminhada para o tratamento na luva pneumática.

Atualmente, a Rede Feminina conta com seis luvas, todas doadas por entidades da cidade, sendo que cada uma custa até R$ 15 mil. Não é à toa que o local se tornou referência estadual e nacional.

Foto Giulia Venutti/OCP News Vale

O serviço funciona de segunda a quinta-feira, das 8h às 11h30 e das 13h às 16h45, na rua Itajaí, 150, no Centro de Blumenau. Se alguma dúvida surgir, basta entrar em contato pelo telefone (47) 3322-8882. Lá, todas são recebidas de braços abertos e com todo o amor merecido!

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Giulia Venutti

Jornalista.