Do alto da Arena Jaraguá, a visão é privilegiada. De um lado, é possível avistar o bairro Nova Brasília com clareza, mas basta dar uma volta na imponente construção que a Vila Lenzi se abre entre tantos outros bairros que a cercam.
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E não é à toa, são pelo menos seis bairros ao redor: Jaraguá Esquerdo, Nova Brasília, Tifa Martins, Chico de Paulo, Água Verde e Centro.
Apesar de estar entre os menores bairros da cidade quando o assunto é extensão territorial e parecer “espremido” entre seus vizinhos, a Vila Lenzi tem uma população bastante considerável.
De acordo com o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), em 2010, o bairro tinha mais de 6,1 mil habitantes, com as mulheres como maioria.
Buracos e alta velocidade nas ruas incomodam
Assim como possui uma grande população, também há demandas proporcionais na Vila Lenzi. De acordo com os moradores, a principal delas é visível por quem trafega pelo bairro. As ruas sestão em más condições, aponta o aposentado Alfredo Mayer, 69 anos, que mora há 41 no mesmo lugar.
Para ele, que teve um trabalho e tanto para convencer a companheira a fixar residência em Jaraguá do Sul, o bairro tem inúmeras qualidades, mas também deixa a desejar em alguns aspectos. As ruas, conta ele, “vivem esburacadas”.
“Eu sou de Schroeder e tive que convencer ela a vir morar aqui. Foi difícil, mas viemos, trabalhamos, nos aposentamos, criamos os filhos, netos e continuamos aqui”, diz.
Mayer chama a atenção para dois fatores no que diz respeito às vias e ao trânsito do bairro: alta velocidade e buracos.
E não é só ele que vê esses como os principais problemas da Vila Lenzi. Para Ilário Bahr, que dos 69 anos de vida, está há 21 no bairro, o estado das ruas desanima.
Bahr cita, especialmente, a rua Maria Umbelina da Silva como prova do descaso. “É muito buraco, não tem nem como escapar porque desvia de um e cai no outro”, diz. Condição que incomoda os motoristas e assusta os pedestres.
“É só olhar quantos buracos dá pra contar em uma rua só. Eles até tapam os buracos às vezes, mas não dá nem tempo e logo estão de volta”, reclama.
O problema da infraestrutura está prestes a ser resolvido. A via que cruza o bairro recebe obras tanto de drenagem quanto de recapeamento asfáltico.
Além dela, as ruas Expedicionário Antônio Carlos Ferreira, Irmão Leandro e Padre Alberto Romuald Jakobs também devem receber melhorias. O valor total da licitação para os recapeamentos é de mais de R$ 2,3 milhões, segundo a Prefeitura.
O Executivo ressalta ainda que recentemente, a rua Adão Noroschny, que dá acesso ao CEU (Centro de Artes e Esportes Unificados) Mestre Manequinha, foi asfaltada.
Mas apesar dos buracos, os motoristas também abusam da velocidade, afirma Mayer. Para ele, o bairro precisa de lombadas eletrônicas ou faixas elevadas.
“Tinha que melhorar essa questão da velocidade. É demais, às vezes chega a tremer as casas”, diz.
Limpeza de terrenos e podas deixam a desejar
“Tem um monte de mato grudado nos fios de luz. Um dia pode dar uma trovoada e o acidente ser grande”, reclama o aposentado Ilário Bahr.
Para ele, uma das demandas urgentes é, justamente, a poda de árvores e a limpeza de ruas, especialmente nas proximidades da fiação elétrica.
O presidente da Ujam (União Jaraguaense das Associações de Moradores), Valmir Ferreira Cristovão, afirma que entre as principais reclamações levadas à entidade pelos moradores está a manutenção das vias.
“Eles pedem muitas melhorias, até mesmo da própria limpeza das ruas e em terrenos baldios. Essa limpeza não está ocorrendo”, afirma.
Embora oriente os moradores a entrar em contato com a Celesc no que diz respeito a manutenção da rede elétrica, a Prefeitura afirma que a Chefia de Jardinagem da Secretaria de Obras e Serviços Públicos da Prefeitura de Jaraguá do Sul é encarregada pela roçada, podas de árvores, limpeza e manutenção de canteiros em ruas, praças e demais espaços públicos, com cronograma estabelecido semanalmente pela secretaria.
O governo esclarece que um dos critérios de organização do cronograma é as solicitações feitas pela população – que pode entrar em contato pela Ouvidoria, no telefone 0800-6420156.
Entulhos gerados por podas de árvores feitas em terrenos particulares não são recolhidos pela Prefeitura.
“Por falta de informação alguns moradores cobram a remoção de entulhos em vias públicas, muitas vezes, gerados após serviço dentro de propriedades particulares. Nesse caso, cabe ao próprio proprietário do imóvel dar a devida destinação aos resíduos. Caso não o faça está inclusive sujeito à multa de até 3 UPMs – equivalente a R$ 533,34 – conforme o Código de Postura”, explica por meio de nota.
Morador sente falta de área de lazer
A Vila Lenzi é sede da Arena, do CEU Mestre Manequinha e conta com uma praça na rua Lourenço Kanzler, mas os moradores parecem desconhecer os espaços para prática de esportes ou mesmo de lazer.
Para o aposentado Alfredo Mayer, que criou filhos e netos no bairro, faltam opções no bairro. “Precisa de mais lazer, mais espaços para as crianças e jovens aqui no bairro. Eles têm que ir pra fora”, diz.
Além dos espaços existentes, o bairro está prestes a ganhar uma nova praça. “Estão em andamento obras de revitalização da Arena Jaraguá, onde está incluída a instalação de uma área de lazer nas proximidades da rua Goiás”, explica.
O local terá playground, quadras para a prática de diferentes esportes e academias ao ar livre.
Já o presidente da Ujam (União Jaraguaense das Associações de Moradores), Valmir Ferreira Cristovão, afirma que os moradores pedem, com frequência, a instalação de ciclovias no bairro.
“Ciclofaixas é um pedido muito comum. Por ser um bairro próximo ao centro e as pessoas usarem muito a bicicleta, eles pedem muito por um espaço exclusivo para transitar com segurança”, diz.
Embora apontem algumas demandas que merecem atenção do poder público, os moradores não trocam o bairro por outro, afinal, para eles “é um dos mais tranquilos e sossegados daqui”.
Outro ponto positivo ressaltado tanto por Mayer quando por Bahr é a diversidade de comércio e a proximidade com o Centro. “É tudo pertinho, tem muito comércio e o Centro é aqui do ladinho”, finaliza Bahr.
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