A enxaqueca é a principal causa de incapacidade em adultos com menos de 50 anos de idade. Existem mais de 30 milhões de pessoas com enxaqueca no Brasil, e estudos mostram que apenas cerca de 4% das pessoas com enxaqueca passaram por consulta médica, tiveram um diagnóstico e receberam um tratamento adequado.
A maioria das pessoas com enxaqueca não sabem que o tratamento correto da doença é feito com medicações preventivas, capazes de reduzir e tratar as dores, e sofrem por anos com dores recorrentes que impactam significativamente a qualidade de vida.
O analgésico não previne as suas dores de cabeça, pelo contrário ele contribui para a piora das crises. Sem um tratamento adequado, a enxaqueca pode evoluir de forma progressiva, com aumento da frequência das crises, necessidade de doses cada vez maiores de analgésicos, redução da resposta a esses medicamentos, piora dos sintomas e comprometimento cada vez maior da qualidade de vida.
O tratamento correto da enxaqueca é feito com medicações preventivas, que serão usadas para prevenir e tratar as dores, e não com a medicação que se toma para abortar as crises.
Ele vai agir no sistema nervoso central reequilibrando os neurotransmissores, e vai reensinar o seu cérebro a não perceber todos os estímulos como gatilhos para desencadear dor, reduzir essa hipersensibilidade à dor.
O medicamento preventivo corretamente indicado é fundamental, pois será capaz de reduzir: a intensidade das dores, a frequência que as crises ocorrem, os sintomas associados e a duração dos sintomas.
As medicações mais atuais para o tratamento da enxaqueca são os anticorpos monoclonais. O uso destes foi autorizado nos EUA pelo FDA em 2018, e no Brasil desde 2019. A vantagem é que podem ser usados em quase todos os tipos de enxaqueca, com aura, sem aura, episódica, crônica e na menstrual.
São as primeiras medicações preventivas criadas especificamente para tratar a enxaqueca, agem bloqueando a molécula CGRP( gene relacionado ao receptor da calcitonina),relacionada com a causa da doença. No Brasil estão disponíveis o Galcanezumabe, com aplicações subcutâneas uma vez por mês de uma dose; e o Fremanezumabe, com aplicações subcutâneas mensais, uma dose, ou a cada 3 meses, 3 doses.
Os resultados com estas medicações são bastante promissores, com elevadas taxas de eficácia, maiores que 60% de redução nos dias com dor de cabeça, mostradas nos dois ensaios clínicos realizados com a medicação, EVOLVE 1 e EVOLVE 2. Um ponto importante em qualquer novo tratamento é a segurança da medicação. Nesse sentido, os estudos realizados apontam um bom perfil de segurança. Efeitos colaterais são raros, sendo os mais comuns reação no local da injeção e constipação intestinal.
O custo elevado ainda é uma barreira para muitos, mas o benefício dessas medicações supera o preço. Visto que realmente modifica a vida de muitas pessoas, pelos resultados excelentes e praticamente sem efeitos colaterais.
Se você sofre com enxaqueca e tem impacto em sua qualidade de vida, é fundamental que esteja em acompanhamento com um neurologista especialista em dores de cabeça. Conhecer sobre sua condição é fundamental para o melhor resultado do tratamento.
