Número de divórcios aumentou 44,14% em Jaraguá do Sul no ano passado

Foto Divulgação

Por: Elissandro Sutil

06/03/2019 - 05:03 - Atualizada em: 06/03/2019 - 12:53

De 2017 para 2018, o número de divórcios em Jaraguá do Sul cresceu 44,14%. Foram 320 separações, considerando os processos por escritura pública e os judiciais. O registro de casamentos, por sua vez, teve queda de 6,08% no mesmo período.

Em comparação com os últimos 15 anos, 2016 foi o que os jaraguaenses mais colocaram fim no matrimônio. O município registrou 401 separações. No ano seguinte, foram 222. Em 2018, o número voltou a subir, segundo informações do Cartório de Registro Civil, Títulos e Documentos.

Já o ano mais escolhido pelos moradores da cidade para se casar foi 2014, quando houve o registro de 934 enlaces. Depois, os números apresentaram uma queda gradativa, voltando a subir em 2017. No entanto, no ano passado, os dados caíram novamente.

No Estado, o número de casamentos subiu em 2017, conforme a última estimativa lançada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Mais de 33.740 uniões foram oficializadas, representando um aumento de 3,2% em relação a 2016.

No país, no entanto, o número de registros de casamentos em 2017 foi de 1,7 milhão, uma queda de 2,3% em relação a 2016.

Motivos para o divórcio

Nos últimos anos, a legislação deixou os processos de separação mais rápidos, baratos e menos desgastante para ambas as partes.

Traições e violência doméstica estão entre as principais causas de divórcio na cidade | Foto Eduardo Montecino/OCP News

Com base nos casos que atende em Jaraguá do Sul, a advogada de família, Marília Menegon Zimmermann, aponta que os motivos mais decorrentes para o divórcio na cidade são a traição e violência doméstica.

“Acredito que parte do aumento [de separações] se dá por isso. O tema está mais em foco, a mulher se sente mais confortável em denunciar, sabe que terá auxílio e cria coragem para pedir o divórcio”, comenta Marília.

O advogado da família, Erick Francisco da Silva, observa que muitos casais dão entrada no processo de desunião, mas acabam desistindo. A situação é mais comum entre os matrimônios mais longos.

O número de pessoas com idade avançada se separando também é crescente, conforme Marília. “Hoje a mulher tem mais independência financeira, é um novo pensamento”, considera a advogada.

Tipos de separação

De acordo com os advogados, as separações são mais atribuladas quando uma das partes ainda mantém vínculo afetivo, quando envolve crianças e adolescentes ou em situações de violência. O Judiciário, segundo Silva, vem incentivando a mediação.

Uma mudança na Constituição, em 2010, facilitou os processos de divórcios, eliminando a antiga necessidade de passar antes pela separação judicial. Além disto, a Lei 11.441/07 autorizou a realização de separações e divórcios consensuais através de escrituras públicas lavradas em cartórios.

Por enquanto, a maioria dos divórcios acontece por processo judicial. Ele é necessário quando o casal tem filhos, mesmo que a decisão seja consensual. Quando uma das partes discorda da separação, o divórcio é litigioso e precisa ser feito neste modelo também.

O extrajudicial é um procedimento mais simples e rápido, quando os envolvidos não têm filhos e estão de acordo com a decisão. O advogado elabora o pedido de divórcio com detalhes de todo o acerto patrimonial do casal, e encaminha para o cartório. Depois, basta que eles compareçam ao  Tabelionato de Notas para assinar a escritura pública de divórcio.

Existem quatro opções de separação de bens: comunhão universal, comunhão parcial, total e participação final nos aquestos.

Antes mesmo de assinar os papéis do matrimônio, Marília orienta que os casais conversem sobre o regime de bens e procurem auxílio técnico para escolher a melhor alternativa.

Sonho de casar

As estatísticas podem até não ser as melhores, mas os jovens Barbara Karoline de Souza e Leonardo Kiatkoski já estão com os preparativos para a cerimônia de casamento a todo vapor. De Corupá, os dois namoram há quatro anos e 11 meses.

A data para o casamento está marcada: dia 30 de novembro. O pedido aconteceu em 2017, com direito a flores e muito romantismo.

“Sempre tive esse sonho e meu noivo não. Tem homens que não pensam em casar, por ele seria só no cartório, mas eu queria festa. Ele decidiu compartilhar esse sonho comigo, já que queremos formar uma família”, conta Barbara.

Entre os detalhes que faltam para o casamento, estão o bolo, doces, convites e banda. A noiva observa que organizar a festa custa caro, mas sugere que os casais contratem uma cerimonialista para ajudar a pesquisar os melhores preços.

Fonte: IBGE e Cartório de Registro Civil, Títulos e Documentos

 

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