Número de pessoas em situação de rua aumenta novamente em Jaraguá do Sul

Foto Divulgação

Por: Elissandro Sutil

30/03/2021 - 12:03 - Atualizada em: 30/03/2021 - 12:16

A equipe técnica do Serviço Especializado em Abordagem Social, vinculada à Secretaria de Assistência Social e Habitação, registrou aumentos consecutivos no número de pessoas abordadas e de abordagens.

Até a última sexta-feira (26), foram 80 pessoas em situação de rua e de vulnerabilidade social abordadas, para comparação, o mês de março em 2020 registrou 50 pessoas.

Durante o mês de fevereiro deste ano, 64 pessoas foram abordadas, um aumento de 12,3% comparado a 2020.

Em relação a janeiro, quando foram 41 as pessoas abordadas, contra 30 em janeiro de 2020, houve uma majoração de 36,6%.

O número de abordagens também superou a média dos anos anteriores. Em 26 dias de março, foram 202 abordagens contra 84 nos 31 dias de março em 2020.

Em fevereiro deste ano, foram 134 contra 115 em 2020, numa majoração de 16,5%. E janeiro, foram 113 as abordagens contra 58 do mesmo mês de 2020, num acréscimo de 94,8%.

Motivos do aumento

Para a gerente do Proteção Social Especial de Média Complexidade, Marinez Borck Larroza, diversos motivos contribuíram para o crescimento destes números na cidade.

“A diminuição de circulação de pessoas na rua por causa da pandemia, fez com que as pessoas em situação de vulnerabilidade migrassem para cidades com mais recursos”, explicou Marinez.

Também, acontece a concorrência por espaços como sinaleiras, locais em que ocorre pedido de dinheiro ou pequenas vendas.

Ainda de acordo com Marinez, nem todos aceitam o Serviço de Abordagem e, muitas vezes, não querem encaminhamento para o mercado de trabalho, o que dificulta a ação do poder público.

“São pessoas com um modo de vida diferente, o que nos obriga a rever nossos conceitos frequentemente”, pondera.

Os locais mais críticos em relação ao tema envolvem a área central da cidade, a ponte do Rau e as proximidades da Casa de Passagem que, desde agosto do ano passado, atende na Rua dos Escoteiros, no bairro Chico de Paulo.

Há, também, uma grande incidência de casos em imóveis abandonados.

Como ajudar

A população pode ajudar a equipe acionando o serviço por meio do Centro de Referência Especializado de Assistência Social (Creas) da Vila Baependi, pelo fone 3275-8750, de segunda a sexta-feira, das 8h às 21h30.

Aos fins de semana, há uma equipe de plantão 24 horas disponível pelo celular 99930-1247.

Segundo o secretário André de Carvalho Ferreira, o ideal é não dar esmolas, alimento ou algo do tipo.

“Dar esmola ou comida é um paliativo para a situação e acaba prejudicando o trabalho técnico; a melhor ajuda é acionar o Serviço de Abordagem Social”, explica o André.

A secretaria estuda parcerias e novas estratégias junto à rede de atendimento e com outras secretarias da prefeitura, objetivando mais qualificação para as situações desta natureza.

A estrutura existente para este tipo de serviço é adequada para uma cidade do porte de Jaraguá do Sul, de acordo com a gerente.

“Quando comparada com outros municípios, percebe-se um trabalho coordenado com a rede socioassistencial e demais políticas públicas voltadas para esta natureza. Há, também, planejamento das ações e um mapeamento adequado”, ressalta André.

Serviço Especializado em Abordagem Social

A Secretaria de Assistência Social ligado à Proteção Social Especial de Média Complexidade possui esse serviço para a abordagem e busca ativa, identificando a incidência de trabalho infantil, exploração sexual de crianças e adolescentes e pessoas em situação de rua.

Busca a resolução de necessidades imediatas e promove a inserção na rede de serviços socioassistenciais e das demais políticas públicas na perspectiva da garantia de direitos.

A busca ativa e as abordagens buscam crianças, adolescentes, jovens, adultos, idosos e famílias que utilizam espaços públicos como forma de moradia ou sobrevivência.

Alguns dos objetivos são

  • Construir o processo de saída das ruas e possibilitar condições de acesso às redes de serviços e a benefícios assistenciais.
  • Identificar famílias e envolvidos com direitos violados, a natureza das violações, as condições em que vivem, estratégias de sobrevivência e relações estabelecidas com as instituições.
  • Promover ações para a reinserção familiar e comunitária.
  • Promover ações de sensibilização, divulgação do trabalho realizado, direitos e necessidades de inclusão social e estabelecimento de parcerias.

Com informações de assessoria de imprensa.