A chuva não foi capaz de afastar os milhares de jaraguaenses que demonstraram fé e gratidão pela padroeira do Brasil, nesta sexta-feira (12). As homenagens começaram logo cedo, às 7h, com a celebração na igreja Matriz São Sebastião.
Por volta das 8h30, uma carreata saiu do centro rumo à Paróquia Nossa Senhora Aparecida, no bairro Ilha da Figueira.
Duas horas depois, finalmente a imagem da santa no caminhão do Corpo de Bombeiros Voluntários de Jaraguá do Sul chegou ao local, onde estavam cerca de cinco mil pessoas. Após fogos de artifício serem soltos, os bombeiros, de mãos dadas, fizeram uma oração em torno da santa.
Ao longo do dia, os fiéis permaneceram na paróquia para a missa comemorativa e o tradicional almoço. Cerca de um quilômetro antes do templo, nas proximidades do trevo da rua José Theodoro Ribeiro, acontecia a bênção dos veículos, no caminho que levava à festa.
Pagando promessa
No dia 7 de outubro de 2011, um terrível acidente deixou Pedro Rosa dos Santos, de 60 anos, entre a vida e a morte. Cinco dias depois, sua filha, Vanusa Dalinski, de 27 anos, pediu para Nossa Senhora Aparecida abençoar seu pai e dar a ele a chance de viver.

Pedro participou da procissão para agradecer pela vida | Foto Eduardo Montecino/OCP News
Sete anos depois, Pedro, de muleta e aos cuidados da filha, participou da procissão para agradecer a padroeira do Brasil. “Para mim ela significa vida. É por Nossa Senhora Aparecida que estou vivo hoje”, diz Pedro, que passou seis meses de intensa recuperação.
“Finalmente conseguimos agradecer a padroeira. Sempre havia algo que impedia”, conta Vanusa.
Mais de 20 anos agradecendo
Sonia de Souza, de 45 anos, passou a celebração aos prantos, mas as lágrimas não eram de tristeza, e sim de agradecimento pelo milagre que ela lhe concedeu. Em 1995, Sonia sofreu um aneurisma cerebral, os médicos achavam que ela não teria mais chance de viver.

Sonia se recuperou de um aneurisma cerebral e sempre participa das celebrações em agradecimento à Nossa Senhora Aparecida | Foto Eduardo Montecino
Parentes, vizinhos e amigos rezaram intensamente para que Sonia sobrevivesse. Desde aquele dia, ela participa das celebrações de Nossa Senhora Aparecida, sempre com a imagem da santa protegida em seus braços. “É uma dádiva poder estar aqui. Devo tudo à padroeira”, declara.
A fé não muda
Há mais de quatro décadas, Lucia Ignacio, de 62 anos, participa da celebração do dia de Nossa Senhora Aparecida. Moradora da Ilha da Figueira, ela costumava ir direto na paróquia do bairro, mas desta vez acordou mais cedo e foi na missa da igreja Matriz São Sebastião.
Falar sobre a padroeira é sinônimo de emoção para ela, e dessa vez não foi diferente. Às lágrimas, Lucia lembra os milagres da santa. Em 2017, quando completou 300 anos da aparição de Nossa Senhora Aparecida, foi concedida a oportunidade para ela levar a imagem da padroeira para casa.

Dia de homenagens emocionou os fiéis | Foto Eduardo Montecino/OCP News
Ela resolveu deixar com sua vizinha, que tinha sofrido um acidente vascular cerebral (AVC). Uma semana depois, percebeu que tinha feito a escolha certa. “Diminuiu consideravelmente o número de remédios que ela precisava tomar e o sofrimento também”, relembra.
De geração para geração
Neste ano, três gerações da família Karczagih estavam participando da celebração. Atanásio, de 65 anos, começou as homenagens em Itaiópolis e foi no Norte catarinense que ele incentivou o filho Jailson, de 33 anos, a ter fé em Nossa Senhora Aparecida.
Os pequenos Jason e Jackson, de quatro e cinco anos respectivamente, já estão sendo preparados para seguir os mesmos passos do pai. “O dia das crianças é importante também, mas vem em segundo plano”, sorri Jaílson. Atanásio ressalta o poder que a padroeira tem.
“A força dela é gigante, capaz de melhorar a vida de multidões. O que eu mais agradeço é pela minha família ter saúde”, enfatiza.
O relógio de José Daniel de Souza despertou às seis da manhã. O bombeiro voluntário tinha tinha pela primeira vez a missão de participar do deslocamento da imagem de Nossa Senhora Aparecida.

José Daniel (D) participou pela primeira vez do deslocamento da santa e relatou ter vivido uma emoção muito forte | Foto Eduardo Montecino/OCP News
Ele não esconde a felicidade em estar neste momento. “É incrível ver as pessoas tão apaixonadas pela padroeira. É uma emoção muito forte”, relata.
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