Mutirão de reconstrução mamária atende seis mulheres em Jaraguá

Por: OCP News Jaraguá do Sul

22/10/2016 - 04:10 - Atualizada em: 24/10/2016 - 12:48

Às 6h30 de terça-feira (25), Dorli Bernadete Raasch dará entrada no Hospital São José para esta que deve ser a última etapa de uma batalha que já dura seis anos. Em 2010, ao completar 50 anos, ela descobriu um câncer de mama. “A notícia foi um susto, chorei, mas enfrentei”, lembra. Após oito sessões de quimioterapia, tratamento de mastectomia e radioterapia, no ano passado, Dorli fez a cirurgia de reconstrução mamária e agora aguarda ansiosa para fazer a simetria do outro seio.

Ela é uma das seis jaraguaenses que participarão do Mutirão de Reconstrução Mamária, promovida pela Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica (SBCP) entre os dias 22 e 29 de outubro. No Estado, pacientes das cidades de Jaraguá do Sul, Florianópolis, Criciúma e Blumenau passarão pelo procedimento. Aproximadamente 50 mulheres deverão ser operadas. Todas estavam na lista de espera para a cirurgia em hospitais de referência para o tratamento do câncer de mama.

Segundo a cirurgiã Ana Paula Passini, a reconstrução ajuda na recuperação (Foto: Eduardo Montecino)

Segundo a cirurgiã Ana Paula Passini, a reconstrução ajuda na recuperação (Foto: Eduardo Montecino)

As equipes médicas atuarão de forma voluntária. Já as próteses de silicone serão doadas e as despesas hospitalares cobertas pelo Sistema Único de Saúde (SUS), no caso dos hospitais públicos, ou por patrocínio, no caso dos particulares. Cirurgiã plástica responsável pelo serviço no município, Ana Paula Passini explica que a ação atenderá mulheres que já fizeram a mastectomia, até colocaram a prótese de silicone, mas não concluíram a reconstrução.

Essas pacientes, segundo Ana, já são acompanhadas pelos médicos e estão aptas a tal fase do tratamento. “Quando a mama é retirada, elas ficam extremamente abaladas por essa parte do corpo representar muito para a feminilidade delas”, destaca. O silicone utilizado será coesivo e não precisa ser trocado, sendo feito apenas uma verificação anual.

Conforme o coordenador do Mutirão no Estado, o médico cirurgião plástico Evandro Parente, a reconstrução, apesar de constar como parte do tratamento integral do câncer de mama na rede pública, nem sempre é realizada em função da urgência maior ser a retirada do tumor.

“A reconstrução normalmente fica para depois, mas se a paciente não consegue fazer a cirurgia junto com a mastectomia, dificilmente a fará em outro momento”, analisa.