Muitos jaraguaenses sequer haviam iniciado o horário de expediente às 9h de sexta-feira (14), mas o trânsito na rua Rio de Janeiro indicava que outros já estavam a pleno vapor.
Sendo ou não “horário de pico”, o fluxo de motos, carros, caminhões e ônibus é intenso na rua que, há cerca de duas semanas, começou a receber ainda mais veículos do que o habitual.
Isso aconteceu devido a uma mudança no sentido de ruas no entorno, o que acabou fazendo com que o fluxo convergisse para a Rio de Janeiro, no bairro Czerniewicz, região central de Jaraguá do Sul.
A alteração, porém, tem desagradado e muito os moradores e comerciantes da rua, que destacam o perigo que a via se tornou.
Perigo esse constatado justamente às 9h de sexta-feira, quando o carro do dentista Carlos Beltrão, de 51 anos, foi atingido com violência por uma moto que, segundo ele, estava em alta velocidade.
Além do grande fluxo de veículos, a velocidade dos motoristas assusta os moradores. “Isso aqui virou uma pista de corrida”, salienta Henrique Schramm, morador e comerciante.
O dentista conta que tem até mesmo dificuldade para entrar em casa e precisa, literalmente, “subir na calçada”.
“Já reclamamos, já falamos com o Irio [Riegel, diretor de trânsito] e a orientação foi para que eu desse sinal, subisse na calçada e esperasse pra poder entrar em casa, mas os motoristas buzinam, me xingam, e hoje foi exatamente o que eu fiz”, conta.
Porém, quando estava praticamente passando pelo portão para entrar no terreno, o veículo foi atingido por uma moto. “O trânsito já era intenso, mas antes tinha escape por outra rua, agora cai tudo aqui e a velocidade é um absurdo”, complementa.
Para Schramm, a medida emergencial na rua é garantir a segurança e, para isso, sugere a instalação de faixas elevadas que possam inibir a velocidade dos veículos.
“As pessoas não conseguem nem atravessar a rua, o trânsito não para e ainda por cima é em alta velocidade. Isso aqui que aconteceu hoje acho que é só o começo, vai acontecer mais”, reclama.
A aposentada Glacilda Hornbug Schramm, de 71 anos, conta que após a alteração no sentido do trânsito em ruas próximas à Rio de Janeiro, a situação ficou insustentável.
“Tem que fazer alguma coisa aqui, os carros vêm como loucos, caminhões, tudo. Vem tudo pra cá. É preciso pelo menos um obstáculo para diminuir a velocidade porque aqui não dá. Moram crianças, idosos e ninguém consegue sequer atravessar a rua”, conta.
O comerciante Henrique Schramm destaca que é fundamental que a Diretoria de Trânsito reavalie as alterações realizadas no trânsito que podem até minimizar problemas de fluxo e trânsito em algumas vias, mas acabam apenas transferindo o problema.
Para ele, a rua Rio de Janeiro “herdou” problemas de outras ruas e hoje lida com trânsito intenso, insegurança, acidentes e prejuízo aos comerciantes que ficaram sem estacionamento na via. “E ainda o diretor de trânsito diz que não vê nada de anormal”, finaliza.
Previsão de obras
O diretor de Trânsito, Irio Riegel, argumenta que a mudança não atingiu a rua Rio de Janeiro que “permanece como está há anos”. Ele explica que a alteração se deu em vias próximas a ela e não impactou diretamente a via.
Riegel destaca ainda que “a questão de colocar uma faixa elevada é outra história”.
Segundo ele, não existe a possibilidade de instalação de obstáculo apenas por conta do apelo popular, mas somente após estudo técnico que comprove sua necessidade. “Não é bem assim, a gente precisa analisar friamente antes de fazer”, afirma.
De acordo com o diretor, no momento não há previsão para qualquer mudança na via.
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