Jovem jaraguaense é selecionada para fazer faculdade de medicina na Rússia

Foto Arquivo Pessoal

Por: Elissandro Sutil

24/10/2019 - 11:10

O caminho trilhado pelos estudantes que sonham em entrar numa faculdade de medicina não é nada fácil, exigindo anos de dedicação e persistência.

No caso da jaraguaense Lauren Gimenes Souza, 20 anos, o empenho resultou em uma vaga na Universidade Médica Estatal de Kursk, na Rússia.

A jovem embarcou em setembro para o país asiático após ser selecionada pela Aliança Russa, uma entidade que representa a instituição no Brasil. Apesar das diferenças culturais, Lauren já se sente em casa no novo lar.

“Estudar aqui me abre um leque de oportunidades como trabalhar, conhecer novos países, idiomas e culturas”, declara.

Lauren iniciou a preparação para o vestibular na escola em que cursou o ensino médio. A jovem também fez curso preparatório em São Paulo.

Durante esse período, ela passou a pesquisar sobre faculdades fora do país. “Aqui o valor e a concorrência são muito altos, isso acaba desmotivando”, explica.

Universidade de Kursk, na Rússia | Foto Divulgação

Como tinha um amigo fazendo medicina na Rússia, a estudante teve acesso a mais informações sobre como funcionava o curso e esclareceu as dúvidas que tinha.

Medicina na Rússia

Nos próximos seis anos, Lauren terá aulas de segunda a sábado na Universidade de Kursk.

Além dos ensinamentos teóricos e práticos sobre medicina, ela relata que há disciplinas que abordam o lado mais psicológico dos médicos, como a forma que eles devem comunicar os acompanhantes e pacientes e manter a própria saúde física e mental. “Sinto que aqui a faculdade é mais humanizada”, completa.

A jovem fala inglês e está aprendendo russo e latim, que faz parte da grade curricular da faculdade.

Família e cultura nova

No Brasil, os pais e familiares de Lauren ficaram apreensivos quando Lauren tomou a decisão de ir. “Agora estão mais tranquilos, estou bem. Nos falamos quase todos os dias”, comenta.

Lauren aproveitando um pouco do outono na Rússia | Foto Arquivo Pessoal

A oscilação no clima, comum em Jaraguá do Sul, permanece na cidade de Kursk, onde ela mora. “Tem algumas coisas diferentes, como o ritmo deles. Estão sempre com pressa nas ruas. Também são muito supersticiosos, é uma cultura interessante e legal de ter contato”, avalia.

Sistema de ensino

Os alunos que desejam cursar a universidade em Kursk devem estar atentos ao formato do ensino. Bastante diferente do Brasil, a carga horária é muito mais puxada e a metodologia de avaliação tem outro formato.

Por lá, os alunos não podem ter faltas ou carregar matérias não concluídas para os próximos semestres.

O sistema de notas vai de zero a cinco, sendo três a nota minimamente satisfatória. O estudante que não obtiver o aproveitamento mínimo, deve automaticamente refazer aquela aula até obter a nota necessária.

Caso contrário, não estará apto para fazer as avaliações de final de semestre e exames gerais.

Diploma reconhecido pela OMS

A alta qualidade é comprovada pela taxa de alunos brasileiros que são aprovados em sua primeira tentativa no revalida, sistema de revalidação de diplomas médicos, para atuar no Brasil.

Cerca de 80% dos estudantes obtêm o registro no Conselho Regional de Medicina no mesmo ano em que chegam. O diploma é reconhecido pela Organização Mundial de Saúde. A Rússia também faz parte do tratado de Bolonha, tendo seu diploma reconhecido em todo o continente europeu.

No total, mais de 100 médicos brasileiros já se graduaram pela Instituição e agora atuam em hospitais e clínicas nos quatro cantos do país. Outros 500 estudam atualmente medicina na Universidade Médica Estatal de Kursk.

 

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