Há 30 anos, uma tragédia marcou e mudou o destino dos irmãos Correa. Com a morte da mãe Ely Terezinha Correa - vítima de um acidente de trânsito causado por um ex-companheiro, e já sem ter o pai, que faleceu dois anos antes - os dez irmãos tiveram de ser separados e entregues para diferentes famílias para terem melhores oportunidades. Com o passar dos anos e sem perder a vontade de se reunirem novamente, parte dos irmãos se encontrou, mas faltava uma pecinha neste jogo. Felizmente, a família teve sua alegria completada no sábado, quando o último irmão foi encontrado e acolhido nos braços daqueles que tanto o queriam. João Correa, de 36 anos, pôde finalmente estar os irmãos que não via desde os seis anos. “Imaginava que eles estavam perdidos por aí, não tinha lembrança alguma de como todos eram, nem meus pais”, conta. Ele, que mora em São Paulo, foi achado através das redes sociais. Um dos irmãos mais velhos, Moacir Correa, de 42 anos, fez uma procura no Facebook e encontrou um perfil que João não utilizava mais. Mas, para a felicidade de todos, ele acessou e acabou enviando uma mensagem para Moacir, devido a semelhança dos dois. Foi então que o laço entre os irmãos começou a se estreitar e o reencontro pôde acontecer. João e Marilete, filhos mais novos

“Imaginava que eles estavam perdidos por aí, não tinha lembrança alguma de como todos eram, nem meus pais”, conta João Corrêa

  Dos dez irmãos, João foi o último a ser encontrado. A filha mais velha do casal, Ely Correa, e Daniel Giacomozi, Lucimar Correa Machado, 47 anos, conta com lágrimas a separação dos irmãos após a morte da mãe. “Dos dez filhos, três já eram casados e ficaram morando em Guaramirim. Os outros sete, todos menores de idade, foram levados por tios. Eles falaram que ficariam perto ou mandariam notícias, mas com o passar dos anos isso se perdeu” conta. Há dois anos, Lucimar, que já mantinha contato com cinco dos dez irmãos, reencontrou duas irmãs. “Foi uma alegria muito grande para todos nós, mas ainda faltava o João. Sempre falava ‘no próximo encontro ele estará aqui’ e deu certo. Hoje ele está”, diz. Apesar de morarem em cidades diferentes, Madalena, de 37 anos, Marisete, de 39 anos, Marilete, de 36 anos, e Moacir, de 42 anos, fazem questão de se reunir na casa de Lucimar, considerada como uma mãe pelos irmãos, ao lado de Eleandro, 43 anos, e Maria, que moram em Guaramirim e Jaraguá do Sul, respectivamente. “Ver a família assim reunida, é uma alegria para gente. Tem a ajuda das redes sociais, que facilitou o encontro, mas tem Deus no meio que proveu a alegria de nos unir novamente”, enfatiza Marisete Correa, que mora em Joinville. Outros dois irmãos moram em Florianópolis e Curitiba, mas não mantém contato com os demais familiares. IMG_7166

Após 30 anos, irmãos puderem se abraçar novamente e refazer o laço rompido pelo tempo e distância

Agora que os encontros da família ganharam mais um participante que, mesmo morando em outro Estado, pretende manter o relacionamento próximo com a família, a alegria toma conta da casa. Como é natural em todo relacionamento entre irmãos, está permitido fazer piadas e “pegar no pé”, tudo como forma de estreitar uma relação anteriormente quebrada que, neste momento, está mais intacta do que nunca.